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Eduardo Ribeiro, presidente da AIA e um dos fundadores
Elsa Moura

Regional 02.04.2025 10H48

Estima-se que 2 mil pessoas em Braga tenham algum tipo de autismo

Escrito por Elsa Moura
Esta quarta-feira, 2 de abril, é o Dia Mundial de Consciencialização do Autismo.  Afeta cerca de uma em cada 150 crianças. É uma condição permanente e a incidência é maior nos rapazes, tendo uma relação de quatro rapazes para cada rapariga.
Declarações de Eduardo Ribeiro, presidente da AIA, em entrevista à RUM

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No concelho de Braga podem existir 2.100 pessoas com alguma perturbação dentro do espetro do autismo. Sem um observatório há dificuldade em conhecer os números reais até porque muitas são apenas diagnosticadas em fase adulta. Segundo a ONU, estima-se que existam mais de 70 milhões de pessoas com autismo no mundo, 7 milhões na União Europeia e 140 mil em Portugal.


Pela cidade dos arcebispos, a única instituição de solidariedade social direcionada para o autismo é a AIA, Associação de Apoio e Inclusão ao Autismo, que abriu portas no ano de 2010 sendo um dos seus fundadores Fernando Ribeiro, também presidente da direção.


Há pais diagnosticados com autismo quando levam os filhos para consulta de diagnóstico


O responsável lamenta que não existe nenhum observatório, mas defende que em Portugal "poderia haver uma recolha mais certa, pelo menos começando pelas crianças, nas escolas". Outro dos problemas na aferição de dados está relacionado com o facto de muitas pessoas estarem a ser diagnosticadas em fase adulta. "Pessoas que sentem que há qualquer coisa, acedem ao google e começam a ver sinais vermelhos e, de facto, acabam por ser diagnosticados", explica numa entrevista concedida ao Campus Verbal. Aliás, muitos dos casos são "pais que vão acompanhar os filhos para diagnóstico e acabam também diagnosticados". Tudo começa com o "reconhecimento, em algumas atitudes dos filhos, comportamentos que eles próprios já tinham mas que não compreendiam".


Um estudo recente permitiu descobrir que existem 134 genes ligados diretamente ao transtorno do espetro autista e sabe-se que a genética tem um papel fundamental no desenvolvimento do transtorno, assim como os fatores ambientais. 


A sensibilidade dos médicos de família, educadores e pais é "fundamental". Segundo Eduardo Ribeiro, em situações específicas "os pais devem recorrer a uma avaliação" e os médicos de família "já estão mais sensibilizados", ao contrário do passado em que "não ligavam aos sinais porque achavam que era um atraso no desenvolvimento da criança e protelavam durante um tempo". "O que sabemos é que quanto mais cedo for detetado, quanto mais intensivo for o tratamento, melhor o prognóstico da criança na sua vida para a frente", alerta.


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