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FOTO: DIREITOS RESERVADOS
Elsa Moura

Cultura 12.07.2023 13H51

"É um crime Milan Kundera morrer sem receber o Prémio Nobel da Literatura"

Escrito por Elsa Moura
A convicção é de António Ferreira, autor do 'Livros com RUM' que recorda as grandes obras literárias de Milan Kundera, que faleceu esta quarta-feira aos 94 anos.
A reação de António Ferreira ao desaparecimento do escritor checo de 94 anos

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O mundo literário perdeu um escritor “completo” com o qual foi cometida uma "tremenda injustiça: a não atribuição do Prémio Nobel da Literatura". Quem o diz é António Ferreira, a propósito da morte de Milan Kundera, esta quarta-feira, aos 94 anos. 


Considerado o último dos escritores mais importantes do romance centro-europeu, a sua obra mais conhecida é 'A insustentável leveza do ser', lançada em 1984, mas escrita dois anos antes. Um romance à volta de um triângulo amoroso que tem como pano de fundo a ocupação da Checoslováquia, 


António Ferreira considera a não atribuição do Prémio Nobel da Literatura "a grande injustiça cometida com o escritor checo", e admite que a "falha imperdoável" poderá estar relacionada com o facto de muita gente considerar que o empenhamento político de Kundera "era mais subtil, não era tão explícito como outros escritores checos".


"Faz parte de um núcleo muito alargado e muito importante, com uma forma de escrever particular. Era um escritor completo que congregou em si a multiplicidade de um homem criador muito acima da média", lembra ainda.


Entre as obras marcantes, António Ferreira realça 'O Livro do Riso e do Esquecimento', 'A Arte do Romance', "onde explica os pilares das noções que tinha da literatura como arte. Um livro muito importante e muito atual". Outro exemplar a ler é 'Jacques e o seu Amo', "uma pequena novela relacionada com a época do iluminismo, com todos os temas no mesmo livro: política, literatura, arte, cultura e amor".


Milan Kundera nasceu a 01 de abril de 1929, em Brnö, na antiga Checoslováquia e, em 1975, fixou residência em Paris, adotando em 1981 a nacionalidade francesa.


Entre outros, Milan Kundera recebeu o Prémio Médicis (1973), o Prémio Mondello (1978), o Prémio Common Wealth (1981), o Prémio Jerusalém (1985) e o Prémio Independent de Literatura Estrangeira (1991).

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