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Fonte: CM Esposende
Tiago Barquinha

Regional 14.11.2020 09H16

E-Redes. O projecto de Esposende que procura combater a pesca fantasma

Escrito por Tiago Barquinha
A iniciativa que conta com a colaboração da Universidade do Minho centra-se no ambiente marinho do Parque Natural do Litoral Norte.
Eduardo Pereira, docente do Departamento de Engenharia Civil, fala sobre o projecto.

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A primeira de nove campanhas de recolha, quantificação e tipificação do lixo marinho arrojado na costa de Esposende começou este mês. O projecto E-Redes já está no terreno.


Promovido pela Câmara Municipal de Esposende, esta iniciativa pioneira conta com a colaboração da empresa municipal EAmb - Esposende Ambiente, da Associação de Defesa do Ambiente - Rio Neiva e da Universidade do Minho. A área de estudo é os 16 quilómetros da costa esposendense que integram o Parque Natural do Litoral Norte.


Em declarações à RUM, Eduardo Pereira, professor do Departamento de Engenharia Civil, explica que o objectivo passa, por um lado, por "quantificar o lixo marinho existente nas praias, distinguindo o que resulta do plástico do que é proveniente de artes de pesca".


Esta análise será relevante para perceber o real impacto da pesca fantasma, um fenómeno que gera "muita apreensão na comunidade científica". "As artes de pesca tendem a ser cada vez mais baratas. Ao serem mais baratas, são descartadas mais facilmente pelos pescadores e, ao ficarem em ambiente marinho, por terem um período de degradação muito prolongado, acabam por aprisionar animais e outros organismos", esclarece o conceito.


A solução, de acordo com Eduardo Pereira, poderá ser "a substituição de grande parte do plástico e de outros materiais poliméricos utilizados actualmente por materiais biodegradáveis". Assim sendo, uma das actividades previstas no âmbito do E-Redes prevê a comparação dos dois tipos de artes de pesca, usando a comunidade piscatória de Esposende.


"As redes biodegredáveis podem ter agora um custo ligeiramente acima das outras, mas convém entender se esse custo pode ser compensado com outros tipos de benefícios. No nosso entendimento, de certeza que vale a pena. No entanto, é melhor demonstrá-lo", acrescenta.


O E-Redes, que tem a duração de 18 meses e cujo valor total ronda os 250 mil euros, é co-financiado pelo EEA Grants, projeto através do qual a Islândia, o Liechtenstein e a Noruega estabelecem o objetivo de reduzir as disparidades sociais e económicas na Europa. 

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