Regional 21.09.2023 15H14
Consulta de memória no Hospital de Braga com tempo de espera de um mês
No Dia Mundial da doença de Alzheimer, a neurologista e investigadora Sofia Rocha aponta para "tratamentos ligeiramente modificadores, a breve prazo", na área da demência.
O tempo de espera por uma consulta de memória, para casos prioritários, no Hospital de Braga, ronda os 30 dias. Assinala-se, esta quinta-feira, o Dia Mundial da doença de Alzheimer e, de acordo com fonte hospitalar, foram realizadas, em Braga, em 2022, 269 primeiras consultas de memória e 576 segundas consultas. Este ano, até ao momento, denota-se um aumento substancial na procura pelo serviço. Foram realizadas 351 primeiras consultas e 897 segundas consultas. “Temos conseguido dar uma resposta muito breve", aponta a investigadora e neurologista Sofia Rocha, que considera o serviço “uma mais-valia para a população”.
O 2CA – Centro Clínico Académico, que este Hospital tem em parceria com a Universidade do Minho, “oferece investigação clínica em múltiplas áreas, sendo a da demência uma das mais prevalentes”. “Já temos ensaios clínicos a decorrer há vários anos e temos perspetivados mais quatro, até ao final do ano. A perspetiva aponta para ter, a breve prazo, tratamentos que possam ser ligeiramente modificadores”, adiantou Sofia Rocha, neurologista e investigadora.
Sofia Rocha explica que na consulta de memória é distinguido o que é ou não doença, sendo “a perda de memória sem recuperação o que mais preocupa" o corpo clínico. A equipa conta, atualmente, com quatro profissionais de saúde e a referenciação é feita, maioritariamente, pelo médico de família.
“O número de casos de demência tem vindo a aumentar e prevê-se que aumente ainda mais, devido, sobretudo, a dois fatores: envelhecimento da população mundial e aumento da esperança média de vida”, apontou a médica.
Para a neurologista, as demências são “um desafio presente e futuro”.
Entre os fatores de risco não modificáveis estão a idade os e os genes, mas também a hipertensão, diabetes, colesterol, a ausência de estimulação social, cognitiva e física aparecem como causas prováveis.
Assinala-se, esta quinta-feira, o Dia Mundial da doença de Alzheimer. No mundo, estima-se que mais de 47 milhões de pessoas tenham demência, número que pode atingir os 75,6 milhões em 2030 e quase triplicar em 2050 para os 135,5 milhões. Em Portugal, deverão ser cerca de 193 mil.
A maioria das pessoas com doença de Alzheimer começa a apresentar os primeiros sintomas após os 65 anos e, com a progressão da doença, tornam-se mais incapacitadas ao ponto de ficarem totalmente dependentes de outros para as tarefas mais básicas.
A demência é um termo que designa a perda de capacidades cognitivas ao ponto de prejudicar, de forma significativa, a autonomia do doente no desempenho das suas atividades. Existem vários tipos de demência, desde a vascular, fronto-temporal ou por corpos de Lewy.