Foi uma opção política que lhe colheu muitas críticas, mas Ricardo Rio, que ontem surgiu pela última vez no lançamento do programa do festival literário Utopia na qualidade de presidente do Município de Braga, reafirma que a aposta no festival literário em detrimento da realização da feira do livro trouxe resultados. 

Em declarações à RUM, à margem da apresentação do programa da 3ª edição do Festival Utopia, o autarca assinalou que "o que Braga realmente necessitava era fundamentalmente de um momento qualificado, diferenciador de potenciar a leitura, de potenciar o contacto entre os autores e os seus leitores e de posicionar Braga como uma marca de cidade comprometida com a cultura, a nível nacional e internacional". Por isso, vinca que esta aposta estratégica deve orgulhar a cidade, uma vez que se trata de "um festival que seria bem acolhido em qualquer grande cidade do mundo".

Questionado sobre o compromisso firmado no programa eleitoral do seu sucessor, que aponta ao regresso da Feira do Livro à cidade, mantendo a continuidade também do festival Utopia, Ricardo Rio diferenciou os eventos, admitindo que na sua ótica "não é absolutamente necessário" o regresso da Feira do Livro de Braga, apesar de "respeitar a opção" de João Rodrigues.

Recorde-se que Ricardo Rio chamou para si, neste último mandato enquanto presidente do Município de Braga, o pelouro da Cultura. Quanto ao futuro executivo e todas as questões que ainda estão no ar, fica difícil antecipar quem ficará com a pasta para "fechar a porta à Capital Portuguesa da Cultura 2025" e iniciar um novo rumo cultural na cidade dos arcebispos.