O executivo municipal de Braga aprovou esta segunda-feira a contratação de um empréstimo bancário de 15Milhões de Euros para garantir a requalificação de mais de duas dezenas de estradas em diferentes pontos do concelho.

A proposta para a contratação de empréstimo bancário de médio longo prazo foi aprovada com os votos a favor da coligação Juntos por Braga e a abstenção dos vereadores do Partido Socialista e da CDU. A obra de maior envergadura é a da Variante do Fojo, em Nogueiró (3.1ME).

Ricardo Rio, autarca local, está otimista para a concretização de vinte projetos de intervenção até 2025. Referindo que se trata de um empréstimo com caráter "acelerador", explica que vai "garantir que num contexto temporal bastante curto o municío consiga acorrer a todas as situações de forma simultânea".

A cidade vai estar "de pernas para o ar" e mais de metade das obras não serão executadas, antecipam vereadores do PS

Muito menos otimista está o PS. O vereador Artur Feio acusa a maioria de ter "esquecido" da manutenção das vias públicas nos últimos doze anos e de estar a anunciar um empréstimo "à pressa", não acreditando que a maioria das obras se concretize até ao fim do presente mandato. Além disso, Feio considera que "grande parte das vias que se propõe ser intervencionadas são vias de fuga das atuais obras a decorrer na cidade, nomeadamente o que vai acontecer com o BRT". 

"É impensável pensar que se vão fazer todas estas obras em dois anos, quando elas não foram feitas em doze anos. É um cheque em branco de um empréstimo cuja utilização é muito dúbia do ponto de vista da sua real utilização", antecipa. Os socialistas acusam ainda a maioria de direita de "deixar uma fatura para quem vem depois", algo que Ricardo Rio criticou no passado, já que se trata de um empréstimo a dezasseis anos.

Eis a lista completa de vias cuja requalificação dependerá do empréstimo bancário

Requalificação da EM 590 entre Gualtar e Adaúfe (888 mil euros);

Requalificação da EM 565 Adaúfe/Navarra (888 mil euros);

Requalificação do Parque Industrial de Pitancinhos (808 mil euros);

Requalificação da rua D. Pedro V e Rua de São Vítor (810 mil euros);

Repavimentação da EM 587 (792 mil euros);

Requalificação da rua dos Presidentes, rua 5 de Outubro, e rua Ponte Pedrinha (741 mil euros);

Requalificação da EM 562 (733 mil euros);

Repavimentação da Avenida de Trezeste (683 mil euros);

Repavimentação da EM 564 (678 mil euros);

Repavimentação da rua do Monte (673 mil euros);

Requalificação da Avenida de Covedelo (662 mil euros);

Repavimentação da EM 588 (462 mil euros);

Requalificação da rua de S. José (370 mil euros);

Rua Quinta do Carreiro (354 mil euros);

Repavimentação da Avenida de Requeixo (317 mil euros);

Repavimentação da rua Conselheiro Bento Miguel e rotunda de Infias (289 mil euros);

Repavimentação da rua do Gontijo e Alves Reis (253 mil euros);

Requalificação da Praceta Luís Almeida (237 mil euros);

Construção de acesso à praia fluvial de Cavadinho (225 mil euros);

Requalificação da rua de Ferraz (83 mil euros).

Vereadores da oposição chamados para conhecer estudos dedicados ao BRT

Os vereadores da oposição na Câmara Municipal de Braga vão conhecer, ao final da tarde desta segunda-feira, os diferentes estudos realizados tendo em vista a obra que vai rasgar vias para a introdução do BRT na cidade. A falta de comunicação atempada foi lamentada pela vereadora da CDU no decorrer da reunião de câmara. Bárbara de Barros considera que obras desta ordem de impacto exigem "envolvimento na discussão e preparação de um modelo". Assumindo "algumas dúvidas sobre a implementação deste projeto", a vereadora da CDU critica o facto de o momento "não ser aproveitado para fazer faixas dedicadas a intervenções para a utilização de transportes públicos já existentes". Neste aspeto, Ricardo Rio explicou que em causa estão as condicionantes do projeto BRT, financiado pelo PRR com regras específicas.

Também na reunião de executivo desta segunda-feira foi aprovado, por unanimidade, o lançamento do concurso público para a musealização das ruínas arqueológicas da Ínsula das Carvalheiras e criação de um centro de interpretação e de um parque urbano. A obra terá um prazo de execução de 18 meses, representando um investimento de 3,3 milhões de euros.