Academia 28.01.2022 07H00
Investigadores da UMinho utilizam produto das colmeias para preservar frutas
O tratamento, segundo investigadores do Centro de Biologia Molecular e Ambiental (CBMA), poderá ser aplicado no campo ou pós-colheita, impedindo o apodrecimento e adiando o amadurecimento dos frutos.
Uma equipa de investigadores da Escola de Ciências da Universidade do Minho está a estudar uma forma de retardar a contaminação microbiana e o amadurecimento pós-colheita da fruta, com recurso a uma resina biológica criada por abelhas.
A solução tem origem no própolis e já é utilizada na indústria farmacêutica, cosmética e em higiene e saúde oral pelas propriedades antimicrobianas e antioxidantes.
Cristina Aguiar, uma das investigadoras responsáveis pelo projeto do Centro de Biologia Molecular e Ambiental (CBMA), explica que o processo passa pela utilização do "própolis para conservar e proteger as frutas da deterioração" e em simultâneo também pode "proteger as árvores de doenças".
A investigação mostra que pode ser possível mitigar o aparecimento de doenças e/ou retardar o apodrecimento microbiano das maçãs, peras e tomates cherry, mas também a degradação natural durante o armazenamento e comercialização. Cristina Aguiar esclarece que o "própolis pode ser utilizado de diferentes formas". No caso dos tomates cherry, estes "foram mergulhados numa solução à base da resina durante alguns dias e ao fim de dez, verificou-se que em termos de textura não houve alteração de propriedades, retardando o amadurecimento".
A utilização do própolis apresenta "algumas vantagens para a saúde e para o ambiente", uma vez que pode levar "à diminuição do uso de pesticidas e fungicidas", desenvolve.
Cristina Aguiar acrescenta que em Portugal o estudo sobre as potencialidades do própolis é "ainda limitado" e sublinha a importância desta investigação, tendo em conta já ser consumido por vários países como suplemento alimentar, essencialmente no inverno".
A condução do estudo ficou a cargo de Cristina Almeida Aguiar, Ana Cunha, Leonor Tunes Pereira, Ana Beatriz Carneiro e Lucas Falcão Peixoto, investigadores do CBMA.