O PCP considera que levantar o tema da criação de uma área metropolitana do Minho, como fez o ministro adjunto e da coesão territorial numa recente visita a Braga, não passa de um “bluff” do PSD e do PS numa altura em que as comunidades intermunicipais deveriam encetar todos os esforços para responder às necessidades das populações do Cávado e do Ave, nomeadamente um passe intermodal válido para estes territórios.

A defesa de uma nova Área Metropolitana já começou pela Associação Empresarial do Minho (AEMinho), com Ricardo Costa, ainda antes de voltar aos atores políticos. Entretanto, no arranque desta semana, o presidente da CIM do Ave e autarca de Guimarães, Domingos Bragança, lançou o recado de que enquanto estiver com estas responsabilidades políticas não assinará qualquer proposta nesse sentido.

Retomar este tema "não faz sentido" 

João Batista, deputado comunista na Assembleia Municipal de Braga, vinca que a prioridade é avançar para a regionalização. "Acaba por ser uma manobra de diversão. O princípio da regionalização é o passo que falta dar para termos o poder mais próximo das populações e dar resposta aos problemas das populações", começa por afirmar. Por isso, acrescenta, este é mais um "fait-divers", uma vez que o presidente da autarquia de Guimarães e líder da CIM do Ave não concorda com a área metropolitana e defende que as duas CIM devem "prevalecer". "Naturalmente ele não está muito interessado e mostrou isso", atira.

João Batista, deputado municipal da CDU em Braga e Mariana Silva, deputada da CDU na assembleia de Guimarães, vincam que é preciso "desmistificar" que "os fundos comunitários para as áreas metropolitanas não são mais nem menos que os fundos comunitários para as comunidades intermunicipais", exigindo-se "ação que permita às CIM captar mais fundos", algo que na ótica destes deputados municipais "não está a ser feito".

PCP e Os Verdes aconselham Comunidades Intermunicipais do Cávado e do Ave a desenvolver passe intermodal

Considerando o transporte coletivo uma das prioridade, a CDU reafirma a necessidade de um passe intermodal que ligue as populações dos municípios do Cávado e do Ave. "Isto preocupa-nos. Temos a Transdev, uma oporadora privada, que opera nas duas [comunidades intermunicipais]" e alega "que não é possivel, informaticamente e estrategicamente que um só passe se permita a ligação". "Achamos isso um prejuízo grande às populações, obriga a dois ou três passes e prejudica muito o convite de andar de transportes coletivos. Não se vê isto em Lisboa e no Porto onde um passe permite andar em todos os transportes. É uma perda grande para as populações", reafirma.

Mariana Silva, acrescenta que "ninguém foi ouvido" e o tema "caiu do céu" e os presidentes de câmara "têm opiniões distintas" como se percebeu pelas declarações do presidente da CIM do Ave. A antiga deputada à Assembleia da República acrescenta que no caso dos passes intermodais na região não entende "a dificuldades das CIM se entenderem entre elas para fazer um passe única nesta região em que há esta diversidade e este trocar em que uns vão trabalhar para um lado e moram do outro, outros vão estudar numa universidade que tem dois polos [Braga e Guimarães] e o IPCA [em Barcelos]. Para nós era a regionalização e ficava cumprido esta ideia de  dimensão, de população e de resposta às comunidades", argumenta.

A dirigente do partido ecologista insiste: "esta ideia de área metropolitana do Minho não é mais do que um bluff que tentam incutir dizendo que estas Comunidades intermunicipais estão a trabalhar para a região. Se tivessem realmente a trabalhar para a região exigiam ao governo outro tipo de medidas".