Regional 15.11.2023 17H36
Casa Madre Deus, da Adolescere, vai acolher crianças e adolescentes não acompanhados
Casa terá capacidade para acolher 24 crianças e adolescentes não acompanhados que são direcionados para Portugal oriundos de diferentes países, maioritariamente em conflito.
Já está em curso a elaboração do projeto da Casa Madre Deus, da Adolescere, tendo em vista um Centro de Acolhimento Especializado para acompanhamento de um máximo de 24 jovens, não acompanhados, que vão chegar a Portugal oriundos, sobretudo, de países em conflito.
A casa fica na freguesia de Maximinos e prepara-se para receber também os escritórios da Associação de Apoio à Criança e ao Adolescente (Adolescere). Segundo a presidente, Carla Fernandes, o projeto " já está nas mãos de um arquiteto e dependerá depois da aprovação da Câmara Municipal de Braga (CMB) e da Segurança Social". Em entrevista ao programa Campus Verbal, a responsável explicou que esta casa vem "dar mais uma resposta a crianças e jovens que estão a chegar a território nacional, vindas dos mais diversos países e pelas mais diversas razões".
A casa de acolhimento especializado será destinada a jovens não acompanhados, oriundos de países como Síria, Sudão, Afeganistão, Irão, Nigéria ou Congo. Portugal conta atualmente com algumas casas de acolhimento especializado, mas em número insuficiente face às necessidades.
"Aqui é feita a integração escolar, o acesso à saúde, a integração profissional. Trabalharemos todas estas dimensões com vista à autonomia", detalha a responsável que é também uma das fundadoras da Adolescere.
Com mais um conflito no mundo, Carla Fernandes não descarta a possibilidade de acolher crianças oriundas da Palestina e de Israel. "Sabemos que há muitas crianças e jovens em situação de risco e de perigo e estaremos prontos para acolher se assim nos solicitarem", assegura.
Já o gabinete da Adolescere no centro comercial Santa Cruz ficará apenas para resposta de CAFAP - Centro de Apoio Familiar e Acompanhamento Parental.
Jovens disponíveis para integrar mercado de trabalho
Carla Fernandes aproveitou ainda para deixar um apelo à comunidade empresarial de Braga tendo em vista a integração de jovens estrangeiros acompanhados pela Adolescere e que estão aptos para entrar no mercado laboral. "Ainda temos alguns jovens que ainda não estão a trabalhar, dez jovens que chegaram no mês passado, que têm entre 18 e 24 anos. Se houver entidades que tenham trabalho que eles possam integrar, nós agradecemos que nos contactem", desafiou a presidente desta associação.
Entretanto, está também em curso uma campanha de recolha de mantas e cobertores. A entrega pode ser feita nas instalações da Adolescere, mas a estrutura está também disponível para recolher onde os cidadãos sugerirem. "Em termos materiais as nossas necessidades são os cobertores. Eles vêm de países onde não chove e sentem muito frio", justifica Carla Fernandes que apela à solidariedade de quem possa contribuir.
Nesta mesma entrevista à RUM, a dirigente da Adolescere assinalou outras dimensões da associação, nomeadamente em torno do Centro de Apoio Familiar e Acompanhamento Parental e o objetivo de alargar a missão da Adolescere a outros concelhos do país.
A entrevista completa de Carla Fernandes ao programa Campus Verbal pode agora ser ouvida em podcast.