Cultura 25.10.2024 16H15
Capital Portuguesa da Cultura arranca com Mariza a 25 de janeiro de 2025
Programação da Braga'25 foi apresentada esta sexta-feira, no Convento de S. Francisco, e conta com nomes como Maria João Pires, Tiago Rodrigues, a dupla Meg Stuart e Francisco Camacho, Kim Gordon, Manuel Bouzas e Allison Orr.
Vinte e cinco de janeiro de 2025. É o primeiro dia, oficial, da Capital Portuguesa da Cultura, que terá Mariza como protagonista. A fadista dá início a uma vasta programação, que se prolonga durante todo o ano.
A programação foi apresentada esta sexta-feira, no Convento de S. Francisco, e conta com nomes como Maria João Pires, Tiago Rodrigues, a dupla Meg Stuart e Francisco Camacho, Kim Gordon, Manuel Bouzas e Allison Orr.
No próximo ano, “a Cultura vai chegar a todas as freguesias de Braga”. “Esperemos que Braga seja destino para os que gostam de Cultura”, atirou o presidente da Câmara, Ricardo Rio.
A cidade dos arcebispos será, mais do que nunca, “um espaço de criatividade e inovação”, onde a “Cultura estará muito presente”. Entre os 18 projetos que serão desenvolvidos, vão permitir “trabalhar junto dos cidadãos e nos espaços mais inusitados”.
Um dos exemplos é o Extremo, um festival de música, com formato de uma viagem de um dia, do nascer ao pôr do sol, cruzando percursos sonoros, performances e instalações e um conjunto de concertos de música exploratória e eletrónica. O Square é outro dos projetos, que, neste caso, envolve o quadrilátero urbano.
No entanto, as parcerias ultrapassam fronteiras e chegam a cidades que foram Capitais Europeias da Cultura, “que vão desenvolver projetos em conjunto com Braga”.
“Braga quer ser uma referência do ponto de vista das dinâmicas culturais, onde a Cultura seja sempre percebida como um dos grandes contributos de desenvolvimento da cidade”, acrescentou o autarca.
Joana Meneses Fernandes, administradora da empresa municipal “Faz Cultura”, lembrou que, sendo este um título nacional, “há responsabilidade em celebrar a criação artística portuguesa e contemporânea”, bem como de “reforçar a internacionalização dos artistas, nomeadamente no que diz respeito às redes europeias”. No entanto, há também “um compromisso com agentes locais do território, sendo esta uma oportunidade para capacitar o tecido cultural bracarense”.
A Capital Portuguesa da Cultura 2025 contará com 170 parceiros locais, 50 parceiros nacionais e 40 internacionais. Segundo a administradora, das 1300 candidaturas apresentadas para cinco áreas artísticas de apoio, foram selecionadas 40.
Maria João Pires atua pela primeira vez em Braga
Maria João Pires atuará pela primeira vez em Braga, onde Tiago Rodrigues se prepara para apresentar também um espetáculo. Luís Fernandes, diretor artístico da empresa municipal de Cultura, destaca também Kim Gordon, nome maior da histórica banda nova-iorquina Sonic Youth, inaugura com Object of Projection, o programa de Cinema Expandido da Braga 25, Cinex, com uma série de instalações performáticas em vídeo. Num cine-concerto, inserido também no Cinex, o músico e produtor Matthew Herbert apresenta uma banda sonora original para o filme Naquela tarde em Lisboa, do realizador e fotógrafo português Daniel Blaufuks.
Manuel Bouzas, um dos próximos curadores da representação de Espanha na Bienal de Arquitetura de Veneza, cria especialmente para a Braga 25, no âmbito do Festival de Arquitetura e Arte Forma da Vizinhança, uma intervenção arquitetónica para o bairro das Fontainhas.
Uma figura histórica da dança portuguesa, Francisco Camacho, e uma das maiores estrelas da dança contemporânea, Meg Stuart, juntam-se em Steal you for a moment, resultado de mais de 30 anos de colaborações entre ambos. Bang on a Can All Stars, um dos mais importantes coletivos mundiais da música contemporânea, estreia em Portugal um programa dedicado ao compositor japonês Ryuichi Sakamoto.
Num dos momentos altos do próximo ano, Allison Orr, coreógrafa norte-americana, cria uma performance única na qual os intérpretes e protagonistas são os trabalhadores da recolha de resíduos da empresa municipal Agere, numa coprodução com a Plataforma Pandemónio, inserida no espetáculo de abertura da celebração do Desejar, um programa Braga 25 de novas criações performativas com a comunidade de Braga.
O artista e ilustrador Júlio Dolbeth, em parceria com a associação bracarense Ida e Volta, orientam uma oficina dedicada à produção de cabeçudos, convidando criadores da cidade e artistas contemporâneos nacionais, iniciativa que integra o ciclo Porta do Fazer do Programa de Mediação da Braga 25.
Na área da literatura, o escritor Ondjaki será o mentor de um grupo de jovens para a construção de textos que refletem sobre questões coloniais, juntamente com veteranos de guerra. Estes textos servirão de base a performances teatrais a apresentar em 2025 no âmbito do programa O que fazemos com isto?.
B Fachada, um dos nomes mais prolíficos e originais da nova geração de músicos portugueses, apresenta-se em Braga com um espetáculo pensado para crianças.
Concurso do S. Geraldo lançado no início de 2025
Serão 365 dias dedicados à Cultura, que passarão por vários locais do concelho. Nesse sentido, Ricardo Rio incluiu no roteiro cultural de 2025 o0 Convento de S. Francisco, o Centro cultural Francisco Sanches e a Insula das Carvalheiras.
O antigo cinema S. Geraldo, onde será criado o Media Arts Centre, terá o “concurso lançado no início de 2025”. O autarca destacou ainda a “recuperação de dois espaços emblemáticos ao nível cultural que poderão ser usados em 2025: Museu da Imagem, que já está em concurso, e a Casa dos Crivos, cujo concurso será lançado até ao final do mês.
“Em parceria com a UMinho, estamos a desenvolver projetos para o espaço arqueológico de Santo António das Travessas e estamos a trabalhar a Santa Marta das Cortiças”, adiantou ainda Ricardo Rio.
A Capital Portuguesa da Cultura terá, em 2025, um investimento global de 14,5 milhões de euros, sendo que 12,5ME são investimento do município, um milhão é atribuído à Câmara pelo Governo e outro milhão é destinado à ‘Fazer Cultura’.
São 18 os projetos a desenvolver ao longo do ano: Forma da Vizinhança, Shopyard, Contra-Quiosque, Somos Todos Capitães, Desejar Bem Comum, O que fazemos com isto?, Square, Clube Raíz, Extremo, Trejetos Comunicantes, Pipe Poetics, CINEX, Supracasa, Todo-o-Terreno, Sexual Theater, RESISTANCE! e Programa de Mediação.
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