Regional 28.03.2025 19H53
Candidatos do Bloco de Esquerda ao círculo eleitoral de Braga querem o país a "mudar de vida"
A apresentação dos quatro primeiros da lista decorreu esta tarde, no café A Brasileira. O partido vai entregar a lista completa no tribunal de Braga a meio da próxima semana.
O Bloco de Esquerda apresentou esta tarde, em conferência de imprensa, os primeiros candidatos e o mandatário da candidatura, pelo circulo eleitoral de Braga, às legislativas antecipadas de 18 de maio.
O cabeça de lista por Braga é o economista Francisco Louçã, um dos fundadores do partido e que regressa a uma candidatura 14 anos depois (a última vez foi em 2011). Foram apresentados, oficialmente, os restantes três nomes da lista para o círculo eleitoral do distrito: Ricardo Cerqueira, Norberta Grilo e Joana Neiva.
Manuel Sarmento, professor do Instituto de Educação da Universidade do Minho, é o mandatário da candidatura no distrito.
"O Bloco quer ser uma esquerda que determine mudar de vida"
Francisco Louçã, de volta à atividade política, faz antever uma campanha "concentrada em três temas".
O primeiro passa por "controlar as rendas e tomar medidas concretas". "Queremos terminar a demagogia das
promessas não cumpridas que fazem com que em Braga uma casa de 100 m2 se venda por mais de 150 mil euros, ou o aluguer de uma mesma casa seja mais de 700 euros", aponta.
O segundo é agir "em defesa das trabalhadoras e dos trabalhadores por turnos. Um milhão de pessoas trabalha por turnos. Um milhão de pessoas têm salários mínimos, muitas que se cruzam, aliás. Há uma pobreza laboral em Portugal. Trabalha-se sendo pobre. Trabalha-se para continuar pobre", refere Louçã.
O terceiro tema em que assentará a candidatura bloquista é "taxar os milionários. Vai provocar celeuma. Vão-nos dizer que é preciso muita riqueza para que haja um pouco menos de pobreza", denuncia, acrescentando que "a taxação sobre um património multimilionário, que algumas ofensas criará em Braga, é uma necessidade da democracia."
Para o coordenador do BE entre 2005 e 2012, o partido "responde a uma urgência" e junta "todas as forças possíveis" para combater o "vórtice da extrema-direita, das ameaças à democracia, da diminuição da liberdade, do empobrecimento de uma parte da população, da entrega dos hospitais e dos centros de saúde a uma gestão privada que se quer aproveitar delas" e quer ser uma "esquerda que determine mudar de vida".
"Queremos que haja menos deputados de direita e de extrema-direita em Braga. Queremos que haja mais força da esquerda", assume.
Em relação à campanha eleitoral, Francisco Louçã garante que a atividade do partido "será em todo o distrito." "Não haverá nenhum lugar do distrito onde o Bloco não fará campanha. Iremos a lugares onde tivemos cinco mil votos e a lugares onde tivemos 300 votos. Estaremos por todo lado. É assim que se faz uma campanha que respeita as pessoas e que as leva muito a sério. Será uma campanha a ouvir os eleitores e as eleitoras, a bater-lhes à porta, a falar com elas, a responder por elas", refere ainda.
O partido irá entregar a meio da próxima semana a lista no Tribunal de Braga.