Autárquicas 2025 13.08.2025 18H06
Candidato do ADN propõe 1º de Maio como estádio universitário
Francisco Pimentel Torres afirma que a requalificação urgente do 1º de Maio deve ser paga pelo município e pelo estado central e defende que a UMinho se torne parceira e passe a dispor de um estádio universitário.
O candidato independente do ADN à Câmara Municipal de Braga, Francisco Pimentel Torres, defende a requalificação do Estádio 1º de Maio e que a mesma possa dar lugar a um estádio universitário, sugerindo para tal conversações entre o município de Braga e a Universidade do Minho. A ideia foi transmitida pelo candidato na grande entrevista à RUM, esta terça-feira.
Francisco Pimentel Torres sustenta que o estádio "precisa de uma requalificação urgente" e que essa mesma obra deve acontecer num acordo entre o município, o património, o estado central e até a Universidade do Minho. Notando o "grande potencial do estádio", nomeadamente para desportos amadores, para uma equipa secundária de futebol e para o atletismo, afirma que deve ser aproveitado pela própria UMinho. "Acho que é um estádio em que se pode chegar a um acordo e a Universidade do Minho passar a ter um estádio universitário", à semelhança do que acontece noutros pontos do país, nomeadamente o Estádio Universitário de Lisboa e o Estádio Universitário do Porto. Assim, o equipamento poderia ser aproveitado para o desenvolvimento do desporto universitário na região. Quanto aos custos da requalificação, considera que os mesmos devem ser divididos com o estado central.
Questionado sobre a sua posição enquanto candidato a propósito de uma eventual venda do Estádio Municipal de Braga ao Sporting Clube de Braga, Francisco Pimentel Torres concorda com a venda, mas discorda não só dos 20ME sugeridos pelo atual presidente, Ricardo Rio, como com a identificação de um só comprador. "O estádio tem que ser vendido a quem o quiser comprar. Se o Merelinense o quiser comprar é ao Merelinense que se vende, se der mais que o SC de Braga. O estádio custou muito dinheiro a Braga, não se justifica ter dois estádios municipais e é preciso que o dinheiro dessa venda dê para requalificar o outro. Se fosse presidente, colocaria o estádio à venda, mas iria ver quem seriam os potenciais clientes. Não faltam árabes e clubes que queiram investir", declara.
Privatização dos TUB deve ser estudada
"Acho que os TUB deviam ser uma empresa privada ou deveria haver mais que uma empresa, não sei até que ponto é viável, mas é uma questão de estudar. É uma empresa altamente financiada pela autarquia", refere. Além disso, acusa o candidato da coligação Juntos por Braga de "eleitoralismo" ao apresentar a proposta de transportes gratuitos para residentes. Apesar disso, considera que se trata de uma medida que só deve ser adotada com base em estudos de entidades independentes.
CMB deve começar por investir na habitação, transportes públicos e mobilidade
Para Francisco Pimentel Torres, os bracarenses precisam de ver resolvidos problemas como falta de casa, dificuldades nos transporets públicos e mobilidade antes de se pensar em investir dinheiro proveniente dos cofres municipais para obras como a requalificação do Campo da Vinha, recentemente anunciada pelo executivo da coligação Juntos por Braga.
Já no que respeita a ciclovias, o candidato do ADN propõe ligações "coerentes", mas também uma política nas escolas que ensine e incentive as crianças para a bicicleta, algo que na sua ótica não acontece.
"Nós estamos de acordo que haja ciclovias e que Braga seja ciclável, o que era preciso era fazer as coisas um bocado ao contrário, primeiro ligar as ciclovias entre elas [porque] há um troço aqui, há um troço lá. Segundo, ver onde é que era prioritário pôr ciclovias e não nas rodovias [e] realmente, era preciso pôr primeiro as bicicletas, era preciso pôr primeiro a mentalidade, como existe na Holanda ou nos Países Baixos, de andar de bicicleta. Nas escolas ninguém ensina a andar de bicicleta. A maior parte das crianças não sabe andar de bicicleta. Não fica mentalizada para a bicicleta", analisa.
Uma empresa de águas não deve ter interesses privados
A remunicipalização da Agere ou pelo menos a recuperação de mais capital são duas possibilidades defendidas pelo candidato do ADN que afirma que uma empresa de águas "não deve ter interesses privados".
Sobre a empresa municipal Faz Cultura e o trabalho da autarquia nesta área, o candidato do ADN critica que os eventos culturais sejam "festas" como a Noite Branca. Ainda que considere que o título de capital portuguesa da cultura tem sido um prémio "mais ou menos aproveitado", Francisco Pimentel Torres lamenta que a maioria dos eventos culturais sejam "de grandes massas". Aliás, nesta matéria, o candidato do ADN acrescenta que o executivo em funções "tem como matriz coisas efêmeras, que trazem os turistas e pouco mais".
"Às vezes parece que a CMB e a Universidade do Minho estão de costas voltadas"
Francisco Pimentel Torres considera que durante anos "não houve ligação nenhuma ou muito pouca entre a CMB e a Universidade do Minho", notando que "foi uma oportunidade perdida". Para o candidato do ADN, o Município de Guimarães "viu na UMinho uma oportunidade enorme para o desenvolvimento da cidade", notando que a parceria é mais sólida e envolve estudos, cedência de terrenos, entre outros aspetos. Confrontado com o exemplo recente da Residência Universitária da Fábrica Confiança, Francisco Pimentel ainda que admita que os estudantes necessitam de residências e que esta possa ser "uma oportunidade" lembra que se trata de algo muito recente, considerando que podia ter sido feito mais, nomeadamente numa eventual passagem dos terrenos entre o Campus de Gualtar e um restaurante de fast-food para a posse da Universidade do Minho. "Aqueles terrenos que ligam o INL à Universidade são fundamentais para a universidade. É por ali que a universidade pode crescer e nem aí a autarquia ajudou. Podia ajudar, fazer qualquer coisa", prosseguiu.
"Tenho uma folha cheia de coisas que não foram feitas"
Nesta mesma entrevista à RUM, Francisco Pimentel Torres enumerou um conjunto de áreas em que a coligação Juntos por Braga não realizou obra, nomeadamente na criação de novos acessos rodoviários ou na melhoria dos atuais, assim como falta de infraestruturas novas, acusando a maioria liderada por Ricardo Rio de apenas ter realizado algumas requalificações como o antigo PEB - novo Fórum Braga ou o Mercado Municipal.
No que respeita aos transportes públicos, Francisco Pimentel Torres discorda de alguns candidatos que sugerem o metro de superfície e defende uma aposta em autocarros mais pequenos, mas que circulem com mais frequência na cidade.