Desporto 30.06.2023 19H51
CAM garante Rampa da Falperra em 2024: "Estamos tristes, mas não é desta que vamos parar"
Saldo "miserável e irrisório" levou a direção a ponderar terminar com a prova.
O presidente do Clube Automóvel do Minho (CAM) assegura que a Rampa Internacional da Falperra vai continuar a ser realizada. A garantia foi dada à RUM, esta sexta-feira, um dia depois de ter levantado a hipótese de o evento acabar devido aos custos e à bilhética inerentes à prova, tendo como referência a edição deste ano.
A primeira tomada de posição aconteceu numa sessão em que o CAM entregou um cheque de 1.440 euros à Associação Centro Social e Cultural Luso-Ucraniano. Entretanto, a direção esteve reunida e saiu fumo branco: “Não há lugar para alarmismos, não há lugar para pessoas terem pensamentos negativos. Estamos tristes com tudo o que está a passar, mas não é já, desta vez, que vamos parar, que vamos entregar o ouro ao bandido”, assinala, dizendo que as declarações do dia anterior foram proferidas num "determinado contexto” e que “toda a gente tem dias bons e maus”.
O CAM gastou cerca de 175 mil euros na organização do evento, 20% acima do valor despendido em 2022. Fora desse orçamento, a autarquia investiu 60 mil euros na colocação de rails definitivos e 25 mil no policiamento. Rogério Peixoto considera que o apoio dado pela Câmara Municipal é “nitidamente insuficiente”, adiantando que, em relação aos privados, o clube está a “trabalhar” no sentido de arranjar outras soluções.
Sem querer dar pormenores, o presidente do CAM explica que será “reformulada uma série de situações”, através de um "plano ambicioso”. Neste momento, “a rampa não é autossustentável”, frisa, alertando que “o saldo até pode ser positivo, mas é um valor miserável e irrisório”. “É um lucro que não chega minimamente para as despesas que o clube tem durante o ano. Estamos a voltar a tempos antigos, em que contávamos os tostões no fim do evento e pouco sobrava. Não queria voltar a esse tempo. Não merecemos isso”, alerta.
Nesta equação também entra o público: a receita da bilheteira baixou 20% em relação à edição passada. Rogério Peixoto admite que a coexistência com a Braga Romana, evento que decorreu no mesmo fim de semana, inicialmente vista como uma "boa parceria”, pode não ter sido benéfica. “Estamos a chegar à conclusão de que alguma coisa aconteceu e a explicação poderá ser que o facto de ter havido dois grandes eventos levou a que muitas das pessoas que costumam ir à Rampa da Falperra não fossem e ficassem na Braga Romana”, considera.
A data da próxima edição ainda não é conhecida, mas deverá manter-se em maio, “podendo acontecer uma semana mais cedo ou mais tarde”, dependendo do momento em que decorra o Rali de Portugal.