O Cabido de Cardeais, órgão máximo da praxe na academia minhota proibiu e desencorajou quaisquer actividades praxísticas no arranque do novo ano lectivo. A posição foi conhecida na noite desta sexta-feira num comunicado dirigido à comunidade académica em que todos são desafiados a trajar.

Reconhecendo que os tempos são "conturbados" e que as liberdades estão "suspensas", o Cabido de Cardeais lamenta que tenham que ser descartadas "semanas incríveis e memoráveis com a folia e a animação características de um estudante do Minho".

"Queríamos receber os novos alunos com um abraço apertado. Queríamos integrá-los nas nossas tradições, na nossa memória e na nossa Academia. E queríamos fazer isto tudo de forma presencial e sem aumentar o risco de contágio deste vírus. Porém, não o vamos poder fazer", declara o 'Papa' Pedro Domingues.

Por essa razão, o Cabido de Cardeais da Universidade do Minho decidiu que, "para já, todas e quaisquer actividades praxísticas presenciais estão proibidas e serão desencorajadas". Uma medida que referem ser tomada "em consciência", aplicada no início deste ano lectivo e "reavaliada com frequência".

Recusando que a praxe esteja suspensa, o grupo de estudantes sublinha que as tradições académicas "continuam vivas" e que este é o momento para "mostrar à sociedade" a força da academia envergando o traje.

Trajem! Façam-no para recordar tudo o que devíamos estar a viver, façam-no para mostrar a nossa cultura, façam-no para orgulhar a nossa academia. Ao trajar, o estudante do Minho está a mostrar sua resiliência perante uma dificuldade. Trajem para ir às aulas, trajem para ir ao café, trajem. A arte de bem trajar é a nossa tradição mais bela e é necessário que tenhamos orgulho ao fazê-lo", desafia Pedro Domingues.