Braga é o quarto concelho mais exportador do país, logo depois de Vila Nova de Famalicão, Palmela e Lisboa. O tecido empresarial e industrial bracarense é “responsável por quase 3% das exportações nacionais”.

Na semana da Economia, o presidente da Câmara de Braga e da InvestBraga fez o balanço de oito anos de atividade da empresa municipal.

Em 2013, as exportações em Braga rondavam os 776 milhões de euros. Em 2021, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística, eram 1 445 ME. No entanto, a empresa APTIV, embora tenha sede em Lisboa conta com produção em Braga, eleva os valores para os 1952 ME. 

Um ano antes, em 2020, os valores rondavam os 1 528 milhões. O recorde de exportações aconteceu em 2019, com 1 737 ME. A tendência de subida de Braga no ranking dos concelhos mais exportadores foi afetada pela forte dependência das exportações da indústria automóvel.

Desde 2014 foram criados cerca de dois mil postos de trabalho por ano no concelho. Nos últimos oito anos, foram apoiados 768 projetos empresariais, dos quais 194 de origem internacional.

Das 349 empresas e grupos empresariais, em Braga o volume de faturação é superior a 3,7 mil milhões de euros, as exportações representam 2,1 mil milhões e 20.000trabalhadores. Seis das empresas mais emblemáticas do concelho pretendem, até 2023, criar mais de 1400 postos de trabalho, com destaque para o Grupo Casais, que tem como objetivo criar mais 550 empregos, e o dstgroup, mais de 400. Nas grandes multinacionais, o número de novos postos de trabalho pode superar os 1300, sendo que só a Bosch pretende criar mais de mil empregos até ao final do próximo ano. O concelho está também na mira de multinacionais francesas, alemãs ou americanas.

Registaram-se 402 134 dormidas no concelho em 2021

O turismo cresce a olhos vistos, mas ainda está longe dos números de 2019. O ano passado registaram-se 402 134 dormidas no concelho, um crescimento de mais de 52% face a 2020, ano bastante afetado pela pandemia, e, como seria expectável, um decréscimo de 37% face a 2019, altura em que se registaram mais de meio milhão de dormidas. Braga continua a suscitar interesse aos grupos hoteleiros, que têm investido em novas unidades na cidade. Os projetos em curso vão permitir aumentar o número de camas em quase três centenas. 

Em 2021, no setor do comércio e serviços, as operações de pagamento eletrónico foram de 1,27 mil milhões de euros, um aumento de 12,7% face a 2020 e de 1,0% face a 2019.

Os pagamentos com cartões estrangeiros atingiram os 66,4 milhões de euros, com destaque para França e Espanha. Na restauração, os pagamentos são superiores, atingindo os 77,1 milhões de euros, um aumento substancial face ao ano anterior (+30,5%), mas um decréscimo de 17,2% face a 2019. Ainda assim, os pagamentos com cartões estrangeiros rondaram os 4,75 milhões de euros, com destaque para as mesmas nacionalidades.

No alojamento, as operações de pagamento eletrónico foram de cerca de 13,3 milhões de euros no ano de 2021(+54,5% face a 2020 e -20,2% face a 2019). Neste setor, os pagamentos com cartões estrangeiros rondaram os 5,0 milhões de euros e, a França e Espanha junta-se a Irlanda.

"Braga é um concelho que cresce acima da média nacional e de Espanha"

Para o ministro da Economia, António Costa e Silva, "Braga é sempre uma inspiração para o resto do país, sendo notável tudo o que se está a passar a nível do dinamismo económico". "Braga é um concelho que cresce acima da média nacional e de Espanha, que consegue reunir o talento e as pessoas, através do sistema de inovação, com empresas como motor de desenvolvimento económico e da transformação do país", acrescentou. Para Costa e Silva,  o país deve "aprender com Braga".