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Joana Meneses, coordenadora executiva da Braga 25 nos estúdios da RUM. (FOTO: RUM)
Elsa Moura

Cultura 08.01.2025 07H00

"Braga Capital Portuguesa da Cultura 2025 vai deixar um legado"

Escrito por Elsa Moura
Na abertura do novo ano, o regresso do programa de grande entrevista da RUM é dedicado à Capital Portuguesa da Cultura Braga 25
Declarações de Joana Meneses

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Braga Capital Portuguesa da Cultura 2025 tem de deixar um legado que supera os indicadores clássicos de participação e de propostas. A convicção é da coordenadora executiva da Braga 25, Joana Meneses.


No mês em que arranca oficialmente o programa da capital portuguesa [25 de janeiro], a responsável afirma, numa grande entrevista à RUM, que há mais para lá dos números que tradicionalmente se procuram em eventos de grande escala. A também administradora executiva da empresa municipal Faz Cultura confessa que o processo de construção do programa para o ano inteiro tem de valorizar o legado até porque "há na verdade um impacto que estes projetos têm que não são quantificáveis do ponto de vista dos indicadores clássicos".


Asseguradas estão colaborações supramunicipais, nomeadamente com o projeto Square que junta Braga, Barcelos, Famalicão e Guimarães [Quadrilátero Urbano] já a partir de fevereiro. Um ano de "oportunidades", que pode ser de "excelência" a aproveitado também para novos parceiros que ficam para depois de 2025, além de novas práticas de trabalho.


"Deveremos ter a ambição de ser uma montra daquilo que se faz do ponto de vista da criação contemporânea em Portugal"

A coordenadora executiva confessa que este título também pretende chamar novos públicos. "Temos a expetativa de com este programa atrair ainda mais público para aquilo que é a oferta cultural da cidade", refere, esperando também "uma notoriedade a nível nacional e internacional que signifique atração de novos visitantes".


Assumindo de forma taxativa que uma capital portuguesa da cultura não é uma capital europeia, este título é uma oportunidade de mostrar o que se faz na criação artística contemporânea nacional, com propostas diferenciadoras e menos habituais na cidade. "Deveremos ter a ambição de ser uma montra daquilo que se faz do ponto de vista da criação contemporânea em Portugal, a partir de Braga", explica, realçando a presença de instituições como o Teatro Nacional Dona Maria II, o Teatro Nacional de São João [parceiros de programação] ou ainda a Companhia Nacional de Bailado e a Jovem Orquestra Portuguesa.



O título de capital portuguesa da cultura foi atribuído pelo governo português às cidades de Aveiro [2024], Braga [2025] e Ponta Delgada [2026], que apresentaram as respetivas candidaturas a Capital Europeia da Cultura 2027, mas que perderam para Évora.


"As diferentes cidades interpretaram este título de forma distinta"

Com "grande parte da programação" da Braga 25 baseada no dossier de candidatura de Braga a Capital Europeia da Cultura 2027, Joana Meneses considera que as diferentes cidades "intrepretaram este desafio de forma distinta" com Braga "atenta ao que foi feito em Aveiro" ainda que com um posicionamento "desde o início, diferente". 


O programa de Braga Capital Portuguesa da Cultura arranca a 25 de janeiro com doze horas de programação contínua na cidade, dando início a um período cultural intenso no território e atividades todos os dias do ano, além de um destaque maior em momentos celebrativos e já no calendário dos bracarenses, nomeadamente o São João ou a Noite Branca. Na romaria, em junho, está garantida a presença de "dois artistas portugueses consagrados" ainda a revelar para um concerto "único" com o projeto Clube Raiz.


180 parceiros locais envolvidos no programa


O programa da Capital Portuguesa da Cultura Braga 2025 conta com 180 parceiros locais, mas a coordenadora executiva da Braga 25 reconhece que é difícil abarcar todas as estruturas. Afirma que "falta sempre" alguém até porque Braga acolhe "novos bracarenses, outras comunidades estrangeiras" de forma constante e para as quais é necessário prestar atenção, envolver e atrair.


A acessibilidade é outra das preocupações. “Há sempre trabalho por fazer”, admite, dando um exemplo prático desta afirmação com uma visita recente ao Presépio ao vivo de Priscos, que desenvolve trabalho com os reclusos do Estabelecimento Prisional de Braga, não sendo esta uma comunidade envolvida em nenhum dos projetos da Braga 25, o que comprova que "é sempre preciso chegar a outras pessoas".


Os resultados das eleições autárquicas de 2025 não vão influenciar a programação final da Capital Portuguesa da Cultura


Com eleições autárquicas no mês de outubro, a mudança de liderança política em Braga é certa, um processo que, no entanto, não terá qualquer interferência no trabalho realizado e programado pela equipa que Joana Meneses lidera. A propósito da realização deste ato eleitoral numa altura em que a cidade ainda é capital portuguesa da cultura, Joana Meneses afasta qualquer impacto. "Não, de todo. Temos um orçamento perfeitamente balizado, aprovado. O programa da Capital Portuguesa da Cultura que vamos assistir em 2025 começou a ser preparado em 2023 e, por exemplo, a programação do último trimestre já está definida", responde.


Joana Meneses dá o exemplo das capitais europeias da cultura quando ocorrem em momentos de mudanças políticas. "Quando há um trabalho bem alicerçado e defendido politicamente por quem é neste momento responsável, muito dificilmente ficaria em causa", defende.


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