A Biblioteca Pública de Braga tem registado um crescente número de visitantes e de leitores.

A assinalar 183 anos, a unidade da Universidade do Minho promove até 15 de julho um conjunto de atividades.

Desde o início do ano, foram realizadas 650 visitas guiadas ao espaço.

Márcia Oliveira, diretora da Biblioteca, em entrevista à RUM, aponta a “um crescimento do número de leitores, entre os 45 e os 50%”. Parte desse crescimento, diz, é público jovem. “Estamos a notar um movimento, não sei se é uma moda ou interesse, mas cada vez temos mais público jovem, sobretudo alunos das escolas próximas”, apontou.

A responsável adiantou ainda que “a comunidade não nacional, em Braga, tem aumentado e tem vindo a procura biblioteca, no sentido de experimentar a ler livros em português para perceber a língua e pedem obras bilingues”.

Márcia Oliveira realça também a importância do público que acede à biblioteca digital.

Para a diretora, apesar dos seus 183 anos, a Biblioteca Pública de Braga tem sabido adaptar-se aos tempos. “As bibliotecas voltam a estar no radar da comunidade. As pessoas estão a conhecer outros lados das bibliotecas e estão mais próximas. A mim não me choca que, além da função tradicional, seja um sítio onde há um espetáculo musical, performance artística ou uma sessão de yoga”, disse.

A diretora da Biblioteca Pública de Braga espera que a Universidade do Minho possa avançar com a recuperação do espaço, de modo a criar circuitos de visitas autónomas. A BPB “é a única biblioteca nacional que está nas mãos de uma instituição de ensino superior”. “Todos os recursos humanos e financeiros, tudo o que é preciso para a gestão e para a manutenção deste espaço, vem da própria Universidade do Minho”, apontou a responsável, que não esquece o esforço que a instituição tem feito na “recuperação de espaços e peças de mobiliário”. “O sonho é um dia transformarmos, recuperarmos ainda mais o edifício e, por exemplo, criar, à semelhança do que se faz em muitos países, uma componente que permita às pessoas visitarem o espaço de forma autónoma”, referiu Márcia Oliveira.

Neste momento, a Biblioteca conta com 12 funcionários, mas as visitas têm crescido. O objetivo é reforçar o número de colaboradores de forma a poder ter o espaço aberto, por exemplo, ao sábado de manhã. 

183 anos são assinalados até segunda-feira

Esta sexta-feira, às 21h30, está prevista uma visita noturna à BPB, percorrendo os segredos e histórias deste edifício patrimonial situado na Praça do Município.

Na segunda-feira, dia 15, há uma sessão de ioga no jardim interior da biblioteca (10h30), uma oficina de caça ao poema para os mais novos (14h30) e, de novo, o “oásis de leitura” nos jardins da BPB.

Todas as atividades são gratuitas, mediante inscrição online obrigatória e as vagas ao dispor. Os detalhes do programa geral podem ser conhecidos aqui.

A BPB é uma das principais bibliotecas de Portugal, com aproximadamente meio milhão de documentos, incluindo cinco dezenas do início da imprensa. Foi criada pela rainha D. Maria II em 1841, para salvaguardar as livrarias dos extintos conventos e mosteiros da região, como da Falperra, de Tibães e dos Congregados, no qual ficou inicialmente instalada. O seu acervo foi enriquecido com o depósito legal, recebendo desde 1931 um exemplar das publicações que são editadas em Portugal.