Academia 18.08.2025 14H04
“Bernardo era um património vivo da universidade”
O mais antigo funcionário da AAUMinho morreu na passada quinta-feira, aos 63 anos.
“Uma das figuras mais importantes e a principal cara da Associação Académica no campus de Gualtar”, que “sabia ser amigo e tinha uma alegria de viver com tanta gente” e era “uma pessoa que, acima de tudo, marcou gerações e gerações de estudantes”. Estas são algumas das frases do atual presidente da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUMinho) e de antigos dirigentes da organização estudantil sobre Bernardo Cunha, o mais antigo funcionário da AAUMinho, que morreu na última quinta-feira, aos 63 anos.
Esta segunda-feira, os estudantes têm a oportunidade de se despedir do rosto incontornável da AAUMinho. Segundo a Associação Académica, o velório e a Missa Exequial têm lugar no Salão Paroquial de Este (São Pedro) 12h00 e às 16h00, respetivamente. Após as celebrações religiosas, o corpo será trasladado para o Tanatório de Braga.
Bernardo Cunha iniciou a sua ligação com a organização estudantil em 1979. Tinha 17 anos quando começou a trabalhar na papelaria da AAUMinho. O senhor Bernardo, como era conhecido pelos alunos da Universidade do Minho (UMinho), coordenava nos últimos anos o Espaço Recurso, no Complexo Pedagógico II, local de apoio e orientação aos estudantes da academia minhota.
Luís Guedes, presidente da associação académica, revela aos microfones da RUM, que a morte do funcionário “foi uma das notícias mais tristes que se lembra de receber”. Era, aponta, “uma das figuras mais importantes e a principal cara (da AAUMinho) no campus de Gualtar, alguém que alegrava sempre quem com ele convivia”. O presidente da organização estudantil, revela, que está a ser preparada uma homenagem, “que faça jus”, ao mais antigo dos funcionários.
Já, o antigo presidente da AAUMinho, entre 1988 e 1992, Luís Novais, ressalta que Bernardo foi um exemplo de superação, que “encarnava o espírito da Associação Académica”. Falar de Bernardo, na sua opinião, “é falar da amizade”, era alguém que “sabia ser amigo e tinha uma alegria de viver com tanta gente”. “O sorriso dele é algo que nunca me vou esquecer, tinha um sorriso aberto, mas sobretudo o Bernardo foi um exemplo de superação”, recorda.
Sublinha ainda que manteve contato com o incontornável rosto da organização estudantil após deixar a Universidade do Minho e que quando o encontrava, as histórias eram contadas, aponta como se fosse no presente e não “naquela atitude de quem fala do passado”.
Já Luís Rodrigues, presidente da Associação Académica entre 2010 e 2011, vinca que Bernardo era um “património vivo” da universidade, que “marcou gerações e gerações de estudantes”, “uma pessoa absolutamente irrepetível”. Para o atual diretor da Startup Braga o apoio do antigo funcionário foi fundamental em alguns momentos mais importantes da academia e em situações “de maior stress, ora pela distribuição das insígnias de finalistas, ora pelas vendas de bilhetes do Enterro da Gata, ora pelo levantamento dos cartões de mocha, que, às vezes, havia filas intermináveis até o gabinete de apoio ao aluno”.
O Bernardo relembra tinha “sempre a sua calma, simpatia, perante todos os estudantes”. “É muito difícil, nas dezenas e dezenas de milhares de estudantes que passaram pela Universidade do Minho, não saber quem era o Bernardo”, garante.