Regional 26.10.2020 14H51
Banco Alimentar de Braga regista 3.200 pedidos de inscrição desde Março
Direcção está preocupada. Pela segunda vez este ano, campanha de recolha será online, e neste modelo chegam menos ajudas.
O Banco Alimentar Contra a Fome de Braga registou um aumento de 3.200 pedidos de inscrição desde o início da pandemia, em Março. O crescente número de pedidos de ajuda obrigou à activação da rede de emergência alimentar. Esta rede de ajuda consiste numa parceria entre o Banco Alimentar Contra a Fome e a Entrajuda, com o apoio de Instituições de Solidariedade Social, Juntas de Freguesia e outras entidades que prestam apoio.
Em 2019 o Banco Alimentar Contra a Fome, em Braga, ajudou 39.290 pessoas e 291 instituições num total de 1.625 toneladas de alimentos. Em 2020, nomeadamente desde março, registou-se um aumento de 3.200 pedidos de ajuda. Sem a campanha de recolha de géneros alimentares habitualmente realizada em Maio, a maior parte dos donativos foi feito por grandes empresas e instituições.
Assim, à semelhança do que aconteceu em Maio passado, a campanha saco de recolha de alimentos de Novembro também não se realizará. A iniciativa será substituída pela campanha online e pela campanha vale. Pilar Barbosa, Presidente do Banco Alimentar de Braga assume à RUM que o número de ajudas com este novo modelo diminuiu de forma drástica: “É evidente que vamos ter bastantes dificuldades, mas numa avaliação de risco percebe-se claramente que não é possível a realização da campanha saco”, alerta.
Ainda sobre os resultados da campanha online realizada em Maio, a responsável refere que grande parte das doações foi feita por empresas associadas à rede de emergência alimentar: “Houve empresas e grandes doadores que se juntaram à rede de emergência, mas nada se compara a uma campanha saco”, afirma. Pilar Barbosa garante que as doações feitas por essas empresas e instituições permitiu, de certa forma, compensar o baixo número de donativos conseguido na campanha online.
Por questões de segurança, o Banco Alimentar reduziu o número de voluntários, de forma a prevenir a ocorrência de eventuais contágios. Além de recusar os pedidos de adesão de novos voluntários, a instituição está a dispensar alguns dos colaboradores habituais. A presidente da instituição lembra que, caso alguém fique infetado, o banco alimentar terá de encerrar, colocando assim em causa o apoio às famílias: “Havia pessoas que pretendiam ser voluntárias do Banco Alimentar e tivemos de dizer que não. Havendo um caso positivo, o Banco tem de fechar, então reduzimos ao mínimo o número de voluntários,” explica.
Com a diminuição dos donativos e o aumento do número de pedidos de apoio, a responsável insiste na atenção da sociedade civil à campanha online.
*Com Paulo Gabriel Souto