Academia 14.12.2023 09H33
Aos 48 anos, ELACH pede melhores condições infraestruturais e conforto para alunos
Presidente da Escola de Letras, Artes e Ciências Humanas, João Rosas, deixa críticas ao vocabulário escolhido pela reitoria, visto que internamente dá uma ideia de que escolas como a ELACH “vivem acima das suas possibilidades”, enquanto que junto da tutela apontam o subfinanciamento da UMinho.
Aos 48 anos, a Escola de Letras, Artes e Ciências Humanas (ELACH) pede melhores condições infraestruturais e de conforto para os seus alunos. Durante o discurso que marcou a cerimónia do aniversário da unidade orgânica, o presidente João Rosas fez uma detalhada exposição na qual descreve as condições em que estudantes e docentes trabalham.
A escola "deixou de poder comprar livros e revistas por falta de condições física da Biblioteca Vítor Aguiar e Silva", que segundo o responsável, "não tem solução à vista". A opção digital também é afastada, quer por "falta de dinheiro" quer pelo facto de muitos computadores serem “demasiado velhos e desatualizados para serem ligados”.
A ELACH ocupa um dos edifícios mais antigos do campus de Gualtar que, até ao momento, não foi alvo de intervenções de fundo. Quanto aos alunos do curso de música, "ensaiam em salas decrépitas, sem isolamento térmico ou acústico". O caso de teatro, no Teatro Jordão, não é mais animador, "as salas não têm som ou luzes" e "não há salas para montar cenários" que quando existem são criados com materiais que os próprios estudantes trazem de casa.
O vice-reitor da UMinho, Eugénio Campos Ferreira, não esconde que o edificado da ELACH "começa a estar inapropriado para a sua atividade". As necessidades são conhecidas e estão identificadas, contudo, realça que a academia tem em mãos "várias emergências". A universidade, no planeamento de intervenções que está a realizar, está a tentar perceber se estas questões poderão ser resolvidas através de financiamento captado ou se ficará dependente de recursos próprios.
Para o próximo ano, estão previstas novas oportunidades, nomeadamente, dentro da Aliança Arqus. A ELACH já recebeu os primeiros doutorandos oriundos da Áustria. Segue-se a aposta em humanidades digitais e internacionalização do mestrado em Tradução e Comunicação Multilingue.
"O défice (da ELACH) não decorre do desperdício e muito menos do luxo".
O presidente da ELACH aconselhou a reitoria da Universidade do Minho a utilizar o mesmo vocabulário junto das unidades orgânicas e com a tutela. Isto porque unidades como a ELACH são descritas como "deficitárias" dentro de portas, sendo que junto do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, os responsáveis apontam o subfinanciamento crónico da instituição para contextualizar as dificuldades vividas.
João Rosas frisa que escolas como a ELACH "não gastam demasiado", pelo contrário "não têm o necessário para funcionar devidamente", face "ao elevado número de alunos e formações que oferece, a investigação que desenvolve e disseminação de conhecimento e cultura que realiza".