Nos primeiros oito meses de 2024, o Centro de Recolha Oficial (CRO) de Braga recolheu 621 animais das ruas, quase o mesmo número dos doze meses de 2023 (692 animais recolhidos). Os números foram avançados à RUM pela veterinária responsável, Liliana Carvalho.

No CRO, há, neste momento, mais de 160 animais à espera de uma nova família, número que tem aumentado todos os anos, “muito provavelmente associado a alguma crise financeira ou a algum problema das famílias com esta conjuntura socioeconómica da atualidade”, explica a responsável. 

Entre os cães, que já são mais de 100, não são muitos os de raça pura, explica Liliana Carvalho, sublinhando que “raramente são recolhidos animais errantes de raça”.

Para receber os animais, a estrutura conta com 27 boxes individuais para gatos, que não podem ficar do lado externo. Já para os cães estão disponíveis 30 boxes internas, onde os animais dormem e se alimentam, e outras duas para aqueles que necessitarem ficar de quarentena. Do lado de fora do Centro, existem 24 parques de exercício e socialização, “onde passam o dia, brincam, saem para passear com trela e aguardam pela adoção”.

Este espaço, será ampliado e contará com mais oito espaços para exercício e socialização, com cobertura. 

O presidente da AGERE, responsável pela gestão do CRO, Rui Morais, adianta que esta obra representa um investimento de 50 mil euros, comparticipado pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas - ICNF. O administrador  indica que esta ampliação faz parte de um “investimento contínuo, realizado nesta estrutura que existe há 20 anos”.

Liliana Carvalho admite que esta intervenção vai permitir melhorar as condições para os animais que vierem a ser recolhidos e “aliviar os que já estão no CRO, que é o principal objetivo”. “Braga é uma cidade que tem cerca de 200 mil habitantes e estimamos que pode haver à volta de 100 mil animais de estimação”.

Para o futuro, Rui Morais recorda que está em perspetiva a criação de um centro de recolha intermunicipal em parceria com os outros municípios da área de abrangência da Braval (Braga, Póvoa de Lanhoso, Vieira do Minho, Amares, Vila Verde e Terras de Bouro). Em causa está um investimento de 700 mil euros.

"Tradicionalmente, no verão há mais abandonos e menos adoções"

Este ano, os números relativos a adoções são animadores. Entre janeiro e agosto, 423 patudos ganharam uma nova família. Um número que compara com os 474 animais adotados em todo o ano de 2023.

Rui Morais acredita que os números serão ainda melhores no final deste ano, pois “no verão há mais abandonos e menos adoções" e, depois,"na altura do inverno, sobretudo no Natal, contrabalança, porque há muitos acolhimentos”.

Para adotar um animal, Liliana Carvalho diz que o ideal é o interessado começar por consultar as fotografias dos animais que estão disponíveis para adoção nas redes sociais, nos sites do Centro de Recolha Oficial e da Associação Bracarense dos Amigos dos Animais - ABRA. Caso haja interesse, ressalta, a pessoa deve realizar uma visita e conhecer o animal in loco, para poder interagir. “Depois, no Centro de Recolha é finalizado o processo de acolhimento”.

O Centro de Recolha Oficial de Braga está aberto de segunda a sexta-feira, entre 14h00 e 17h00. Para adotar um animal, as visitas devem ser agendadas em crobraga@agere.pt.

*Escrito por Marcelo Hermsdorf e editado por Liliana Oliveira