O Agrupamento de Centros de Saúde Cávado I (ACES) Braga atende atualmente todas as chamadas que recebe, graças à “revolução” através da introdução de uma central virtual de chamadas em todos as unidades de saúde do concelho. Num dos poucos municípios do país onde todos os utentes têm médico de família atribuído, o investimento na informatização dos sistemas tem permitido outras melhorias, nomeadamente a comunicação entre o utente e o seu centro de saúde/médico de família. O dado foi sublinhado pelo presidente do conselho clínico e de saúde, Rui Macedo, em entrevista ao Campus Verbal, na noite de terça-feira. 

"Em 2019, num total de 1milhão de chamadas, atendíamos 223 mil chamadas, não atendíamos 818 mil chamadas. Com uma central virtual, as chamadas são todas atendidas. De 385 mil chamadas entre março de 2022 e março de 2023, todas as chamadas foram devolvidas. É uma revolução", realça.

Esta resposta está atualmente disponível em mais centros de saúde do país. O processo de comunicação entre o utente e o médico de família está a mudar, nomeadamente através da utilização do e-mail. Segundo Rui Macedo, também ele médico de família, as pessoas estão a procurar a comunicação por outras vias, aumentando a eficiência.

Os exames e análises prescritos pelo médico de família também já podem ser enviados por via digital ou depositados no respetivo centro de saúde para leitura de resultados sem marcação de consulta. "Terá uma resposta ou uma solução do médico mediante a leitura desses resultados", explica. Em cima da mesa, com a mudança para Unidade Local de Saúde [em avaliação], perspetivam-se novas alterações, "eventualmente centralizar os exames e poder ver os resultados no imediato no computador", diz.

115 médicos de família para 208 mil utentes

O ACES de Braga Cávado I conta atualmente com 115 médicos de família para 208 mil utentes. Entre os 600 profissionais que emprega, o Agrupamento conta ainda com 170 enfermeiros, o maior grupo profissional representado. Nesta fase existem apenas duas nutricionistas, número "manifestamente insuficiente", reconhece o responsável do Conselho Clínico e de Saude. 

ACES garante projeto piloto para intervenção terapêutica psicológica

Na área da psicologia também estão identificadas necessidades. Rui Macedo nota que trabalham atualmente cinco psicólogos, mas a resposta deverá ser reforçada. Entretanto, o ACES de Braga conseguiu um projeto piloto para intervenção terapêutica psicológica que, no futuro, permitirá um acesso "mais facilitado a consultas de psicologia". Ainda segundo o responsável, em breve serão criadas equipas comunitárias de saúde mental no país.

Nos anos recentes foi também possível constituir uma equipa de trabalho dedicada aos cuidados paliativos no domicílio. A equipa comunitária, com sede no ACES, faz visita domiciliária, e acompanhamento, inclusivamente espiritual, numa parceria com a Arquidiocese de Braga.

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