Academia 27.11.2020 18H01
"A UMinho perdeu muito, mas fica o legado e o exemplo de dedicação"
Professor do Departamento de Química, Carlos Silva, faleceu em Agosto e foi homenageado, esta sexta-feira , na UMinho.
O sentido de pertença à Universidade do Minho, o profissionalismo, a dedicação e entrega foram alguns dos aspectos que colegas e alunos lembraram, na tarde desta sexta-feira, na homenagem a Carlos Jorge Silva, professor do Departamento de Química.
O docente faleceu em Agosto deste ano e foram muitos aqueles que quiseram, agora, lembrar a sua boa disposição e disponibilidade.
Entre os discursos emocionados, o pró-reitor para Investigação e Projectos, Filipe Vaz, lembrou a pessoa "bem disposta e com uma tendência para ajudar. "Aquilo que, para mim, melhor o define é a facilidade de comunicação, a dedicação e o compromisso", acrescentou. "A UMinho perdeu muito, mas fica o seu legado. Prefiro recordar a pessoa especial, dedicada, comprometida que foi. Foi um exemplo para todos de dedicação à nossa instituição", disse ainda.
O dia da homenagem não foi escolhido ao acaso. Carlos Silva foi um dos impulsionadores da Noite Europeia dos Investigadores, que se realiza esta sexta-feira, como lembrou a presidente da Escola de Ciências (ECUM), Manuela Côrte-Real, que recordou ainda o "entusiasmo e comprometimento com o ensino" do colega.
"Enquanto docente, sempre deu muito de si ao departamento e aos seus alunos. Era profundamente comprometido com a sua actividade profissional. Continuará vivo na lembraança de muitos alunos", referiu a directora do Departamento de Química, Ana Paula Esteves.
E foi dos estudantes uma das mensagens mais sentidas e emocionadas. Pela voz de Sara Sousa, presidente do Núcleo de Estudantes de Química, surgiram palavras de lembrança de um professor por quem "a admiração magnânima e o agradecimento são eternos".
"Serviu a Universidade do Minho, mas não se serviu dela"
"Apesar da saudade doer, só reconhecemos quando já é tarde que não soubemos dar valor ao bem que tínhamos e o bem que tínhamos era a amizade do Carlos". Foram estas as primeiras palavras de Fernando Silva, orientador do projecto de licenciatura de Carlos Silva, que o recorda como um homem "inconformado, com sentido de entreajuda e de humor".
"Serviu a Universidade do Minho, mas não se serviu dela", referiu, a partir dos Estados Unidos, a colega e professora aposentada, Irene Montenegro.
Fotografias, vídeos e até registos sonoros do assobio foram recuperados, em parte pelo orientador de doutoramento, Michael Smith, que lembra um homem "determinado a aprender" desde 1988. O doutoramento ficou concluído em 1996, mas permaneceu sempre "a vontade de fazer tudo um pouco melhor".
Com Rita Figueira inverteram-se os papéis. Carlos Silva foi seu orientador de doutoramento. Emocionada, Rita disse que "eram uma equipa". Desenvolviam, agora, o projecto Solsensors. Carlos Silva, disse Rita, "nunca impunha as suas ideias, dava sugestões".
Como estas, muitas outras mensagens se ouviram ao longo da tarde, em que Carlos Silva foi recordado e eternizado naquela que será sempre, e para sempre, a sua casa...a Universidade do Minho.