Cultura 19.01.2017 17H42
A solidão de "O Corvo" invade o Theatro Circo
Esta quinta e sexta-feira, às 21h30, o espectáculo “O Corvo” sobe ao palco do Theatro Circo .
Esta quinta e sexta-feira "O Corvo" invade o Theatro Circo. Uma ópera de câmara que se baseia no poema homónimo de Edgar Allan Poe, traduzido por Fernando Pessoa. O texto conta a história de um homem que enfrenta a perda, o medo, a solidão e o vazio. Um espectáculo dramático, que é protagonizado por Rui Baeta e encenado por Alexandre Lyra Leite.
À RUM, o protagonista explicou que a história de "O Corvo" retrata "o momento da vida de um homem que está triste e sozinho porque perdeu a sua amada". "Ele entregou-se à solidão, à saudade, à tristeza e ao luto. Numa noite de inverno, ouve uns barulhos estranhos, num sítio onde havia aquela ideia da paz podre, do zero, o nada acontece, o peso da solidão. Na verdade, os barulhos são feitos pelo Corvo", revelou.
Um poema "negro" e que retrata a saudade. "Reproduz um ambiente negro, bastante oitocentista e muito pesado. O corvo começa a manifestar-se e a ameaçar o homem. Numa espécie de delírio, ele tenta entrar em diálogo com o corvo, que responde, "nunca mais" – a escolha de Fernadne Poessoa para a frase “Never More”. Refere-se à incapacidade de ele se libertar do peso da saudade e do luto da amada", conta Rui Baeta.
Em palco, conjuga-se a música de Luís Soldado e a tradução de Fernando Pessoa, num clima "hipnótico". A Rui Baeta, que canta, juntam-se quatro músicos em palco, com violoncelo, clarinete, acordeão e electroacústica. "Não há um maestro. Com toda a complexidade, é tudo muito frágil", admite o protagonista.
Os bilhetes custam 12 euros, ou 6 para portadores de cartão quadrilátero.