Braga merece ser "estudada na sua globalidade”. Quem o diz é o historiador Eduardo Pires de Oliveira, coordenador editorial da coletânea de livros ‘A História de Arte em Braga' centrada "nos dois milénios de evolução artística e cultural". A apresentação pública do "primeiro livro do género dedicado inteiramente a uma cidade", com o apoio do Município de Braga, decorreu esta quinta-feira, no Salão Nobre do Museu dos Biscainhos.

Mais do que um livro sobre a história da arte ou até um "reportório completo da cidade de Braga", esta obra é uma resposta à "necessidade de se fazer um livro que desse a conhecer bem a história da arte na cidade", que combatesse a desinformação e que "fosse dirigido, e preparasse o caminho para os bragarenses terem mais informação" sobre a própria cidade.

De acordo com o Eduardo Pires de Oliveira, a obra foi pensada de forma a que a leitura fosse "acessível ao público em geral". Além disso, para o coordenador era imperativo que "houvesse o máximo de informação nova possível" e que o trabalho fosse prazeiroso para os autores "porque se a gente escrever as coisas com prazer, o trabalho sai melhor".

Esta é uma obra "que pretende alterar o paradigma da maneira de olhar" para a arte, no geral, e para a herança artística e cultural de Braga, em particular. "Há muita coisa que se fala sobre Braga, há muita gente que escreve sobre Braga, mas escreve aquilo que os outros escreveram, não faz a investigação", frisou.

Mais de dois milénios de arte e património compilados em cinco volumes

É um repertório da arte da cidade e é um livro para a cidade. Isso para mim foi muito importante.

A coletânea é constituída por cinco volumes. O primeiro, da autoria de Rui Morais e Jorge Ribeiro, dedicado ao período Romano, o segundo, por Luís Fontes, professor da Universidade do Minho, foi dividido em dois livros e centra-se na arte da Idade Média. À responsabilidade da professora Paula Bessa ficou o volume dedicado à época renascentista e, "por tabela, o Maneirismo porque, embora seja o caminho para o Barroco, é muitíssimo mais próximo do Renascimento". Por fim, Eduardo Pires de Oliveira assumiu os séculos XVIII, XIX e o período do início da arte contemporânea até aos dias de hoje.

"Pedi só ajuda ao colega Eduardo Jorge, do Departamento de Arquitetura da Universidade do Minho, que fez-me um pequeno apanhado sobre a arquitetura em Braga nos últimos anos do século XX, entrando mesmo pelos inícios do século XXI", remata.

A coletânea está disponível para aquisição nos pontos de venda do Município, bem como em livrarias e outros espaços culturais que a solicitem em regime de consignação ao Município.