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FOTO: SERGIO FREITAS CMBRAGA
Elsa Moura

Regional 15.06.2025 17H12

A avaliação de Granja e Lima aos mandatos de Ricardo Rio

Escrito por Elsa Moura
A grande entrevista de Ricardo Rio ao Campus Verbal na RUM foi o mote do programa de debate político Praça do Município, este sábado.

O programa de debate político da RUM - Praça do Município - foi totalmente dedicado à entrevista de balanço do presidente do Município, Ricardo Rio, à RUM. Este sábado, os comentadores de painel presentes, António Lima e João Granja, analisaram vários dos temas abordados na entrevista ao Campus Verbal, e surgiram várias críticas dos dois comentadores, à forma como o autarca social democrata geriu alguns dos dossiers, nomeadamente o da aquisição do edifício S. Geraldo à Arquidiocese de Braga para ali construir o Media Arts Center.


O comentador António Linha aponta várias críticas à "falta de obra" em doze anos de governação da coligação Juntos por Braga. Considera ainda que a afirmação de Ricardo Rio de que a cidade de Braga está melhor em 2025 do que idealizou em 2013 “significa que não tinha ambição nenhuma". Se tivesse sido mais ambicioso tinha feito mais do que aquilo que fez. Ricardo Rio não fez mais cidade. É uma falsa questão”, atirou.


Na ótica do comentador, Ricardo Rio trouxe “alguma dinâmica económica”, sobretudo no comércio e turismo, mas considera, por exemplo, que a mão de obra qualificada em Braga "deve-se à Universidade do Minho" e não ao município de Braga.


Quando refere que se vive muito melhor “isto foi sempre o slogan nos três mandatos." (...) “As grandes obras que estavam lançadas não saiu nenhuma do papel: Nó de Infias, Fábrica Confiança, Media Arts, Parque das Sete Fontes e Estádio 1º de Maio. Não vejo onde vai buscar aquelas parangonas todas”, rematou.


Já João Granja concorda com Ricardo Rio quando este afirma que Braga está melhor do que idealizou em 2013. Ainda assim, sustenta que também para isso existiu “terreno propício a uma grande mudança” quando a coligação Juntos por Braga foi eleita pela primeira vez para governar, sucedendo a 37 anos de Mesquita Machado.

“A vitória de Ricardo Rio é uma mudança de ciclo radical com uma uma visão mais arejada, diferente”, recorda considerando que foi “o grande mérito”. 

“A cidade estava absolutamente estagnada e Ricardo Rio foi muito feliz, também com a estratégia da InvestBraga de captação de investimento, visibilidade e diversificação das atividades económicas e promovendo uma ligação com a Universidade do Minho. Esta mudança permitiu a Braga crescer, desenvolver-se, projetar-se, atrair pessoas, atrair turismo. Ricardo Rio conseguiu colocar Braga no mapa de Portugal e da Europa.”, analisou.


Já sobre o S. Geraldo, João Granja responsabiliza Ricardo Rio por ter tomado “uma má decisão”. “Optou por dar ouvidos a muitas almas também em tempo de eleições”, atirou. “Tomou esta decisão sozinho, sem dar cavaco às tropas. É bom que se penalize com esta decisão porque é o pai desta dupla dor de cabeça”, criticou o comentador que é também presidente da comissão política concelhia do PSD e que acompanhou durante muitos anos Ricardo Rio até às divergências internas mais visíveis relacionadas com a escolha do sucessor para concorrer à Câmara Municipal de Braga em 2025.


António Lima disse ainda que “é uma vergonha” o estado atual do Estádio 1º de Maio, exigindo-se que seja recuperado para a cidade e que passe a “promover o desporto e a cultura para todo o concelho”.

Também João Granja antecipa que o próximo presidente da câmara “terá que agarrar o dossier com unhas e dentes” e exigir ao estado central que se envolva na empreitada. O comentador disse ainda que “está concluído o estudo prévio e não o projeto”, contrariando as palavras de Ricardo Rio na entrevista à RUM. Quanto ao valor apontado pelo autarca, - 20ME, - João Granja levanta dúvidas. “O Estádio 1º de Maio tem de se resolver. O estado de degradação é extremamente grave” com zonas de risco que “podem trazer uma surpresa que ninguém quer".


João Granja voltou a criticar Ricardo Rio ao dizer que “não falou grosso com Lisboa”, considerando que devia ter sido “mais exigente e reivindicativo” para atrair investimento público para o concelho de Braga. “Confrontá-los é um trabalho dos autarcas. Dinheirinho e poder ninguém o dá se não for exigido”, avisou.


Sobre a mobilidade em Braga e as declarações de Ricardo Rio na mesma grande entrevista, António Lima admite “algum consenso entre técnicos de mobilidade de que Braga tem um problema de acesso que o BRT não vai resolver”. “Não teve coragem”, disse também Lima. Enquanto João Granja aponta que “transito, habitação, estacionamento, segurança e espaços verdes como as grandes dores de cabeça, admitindo que faltou planeamento.


A entrevista completa ao presidente do Município de Braga pode ser escutada aqui. O programa Praça do Município tem reposição às 20H00 desta segunda-feira e fica entretanto disponível em podcast também.

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