Academia 10.11.2023 15H59
30 anos de CCG. Futuro passa pela condução autónoma e aposta na indústria militar
Centro de Computação Gráfica está envolvido em seis Agendas Mobilizadoras de Inovação e uma ´Testbed` do Plano de Recuperação e Resiliência com um volume total de investimento do CCG de mais de 15 milhões de euros.
30 anos depois o Centro de Computação Gráfica prepara-se para apostar em novas áreas como defesa e indústria militar. A informação foi avançada aos microfones do UMinho I&D pelo presidente do Conselho de Administração do CCG, Ricardo Jorge Machado.
A cerimónia contou com a presença da eurodeputada Maria da Graça Carvalho que visitou o supercomputador Deucalion, instalado no campus de Azurém. A iniciativa contou com a presença da presidente da FCT, Madalena Alves.
À RUM, Ricardo Jorge Machado adianta que o CCG tem capacidade para dar contributos importantes no tratamento de dados de suporte à decisão em contexto de guerra, mas também na criação de exoesqueletos, de modo a pensar o soldado do século XXI e utilização de realidade aumentada e imersiva que podem contribuir para uma atuação mais capacitada do soldado.
Outra das apostas será a agricultura de precisão em parceria com a Universidade de Trás-Os-Montes e Alto Douro. O objetivo passa por monitorizar as vinhas através de inteligência artificial e desta forma contribuir para a melhoria da qualidade das uvas.
Ao longo desta viagem são já mais de 400 os projetos realizados, como o simulador Oceano Virtual para a Expo98, ou, na atualidade, mais focado na condução autónoma e conectada, com o 5GMobix, em que foi criado um corredor entre Portugal e Espanha. Passos importantes no sentido do Made In Europa.
Durante a cerimónia foi transmitida a mensagem gravada pelo Secretário de Estado da Digitalização e da Modernização Administrativa, Mário Campolargo, que desafiou o CCG a ser um "berço de ideias e inovação para os próximos 30 anos", com "novas propostas de futuro para as estratégias do país".
Europa tem de recuperar a cultura de produção, Maria da Graça Carvalho.
A premissa foi defendida pela eurodeputada do PSD, Maria da Graça Carvalho, na visita ao campus de Azurém da Universidade do Minho. A eurodeputada frisou que não será possível ter "a liderança digital se não tivermos capacidade de fabricar supercomputadores. Estamos no caminho certo, visto que Portugal já tem capacidade para fabricar microprocessadores". "É uma batalha a nível europeu, temos de reganhar essa cultura do fazer", declara.
A ex-Ministra da Ciência, Inovação e Ensino Superior do XVI Governo Constitucional desafia, por isso, o CCG a "promover a cultura do fazer".
O Centro de Computação Gráfica está envolvido em seis Agendas Mobilizadoras de Inovação e uma ´Testbed` do Plano de Recuperação e Resiliência com um volume total de investimento do CCG de mais de 15 milhões de euros. Atualmente, o centro está a desenvolver o passaporte digital do produto têxtil e a ideia é que nos próximos anos seja possível reforçar a presença europeia.
Em 2021, o CCG recebeu o Estatuto de Utilidade Pública pela Presidência do Conselho de Ministros. Já em 2022 foi reconhecido como Centro de Tecnologia e Inovação pelo Ministério da Economia.
Está a ser testada uma solução de condução autónoma e conectada entre as cidades do Porto e Vigo.
Os testes foram realizados no âmbito do projeto “5GMobix”, financiado pelo Horizonte 2020, e que conta com 58 parceiros de vários países europeus e asiáticos. A ideia passa por criar um corredor entre Portugal e Espanha.
O projeto está prestes a terminar, mas o presidente do Conselho de Administração do CCG, Ricardo Jorge Machado, acredita que terá continuidade.
Ricardo Jorge Machado adianta que as maiores dificuldades estão relacionadas com as falhas de rede, o que compromete o software e as decisões em tempo real, nomeadamente, a interação com os peões em cenários de natureza urbana.
A rede 5G será fulcral para a evolução da condução autónoma. Questionado sobre quantos anos serão necessários para termos em circulação nas estradas veículos 100% autónomos, Ricardo Jorge Machado diz recusar fazer futurologia, contudo, acredita que dentro de cinco anos já será possível ter corredores de autoestrada para veículos de transporte em que apenas um é pilotado por um humano.
- PODE OUVIR A ENTREVISTA COMPLETA AO UMINHO I&D AQUI -