Regional 31.05.2021 17H15
1200 assinaturas não convencem. Rio afasta Francisco Mota da lista da coligação
Não é a primeira vez que o antigo assessor de Altino Bessa no executivo municipal e ex-presidente da JP exige integrar a lista da coligação Juntos por Braga à Câmara Municipal de Braga.
O presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, recebeu em mãos 1.200 assinaturas que apoiam a integração de Francisco Mota na lista da coligação Juntos por Braga à Câmara Municipal. É mais uma iniciativa que procura colocar pressão a Ricardo Rio, numa altura em que se desconhece o segundo nome que Altino Bessa indicará no CDS local para substituir Lídia Dias, mas que certamente não será o do seu antigo assessor.
O ambiente interno entre os centristas de Braga já teve melhores dias, mas o acordo de coligação para as autárquicas de 2021 já foi renovado na última semana. Afastado das lides autárquicas por divergências com o vereador Altino Bessa e atual líder do CDS de Braga, Francisco Mota refere que se mantém "confiante" quanto à possibilidade de ocupar a posição de Lídia Dias (vereadora do CDS-PP) no próximo executivo.
Depois da entrega das assinaturas de empresários, sociedade civil e autarcas locais, o antigo líder da JP reafirma ter “vontade e reconhecimento” para ocupar um lugar na lista da vereação.
Francisco Mota insiste, mas Ricardo Rio também, e repete o aviso dirigido em tempos ao jovem centrista: "Não há nenhum elemento que integre a lista que eu vou liderar que não seja validado por mim". Nessa medida, o recandidato acrescenta: "Já transmiti ao próprio, ao presidente do CDS e ao presidente do CDS de Braga que não conto com Francisco Mota".
Ora, o centrista que integrou a lista da vereação da coligação nos dois últimos mandatos autárquicos não se conforma. Afirma até que a decisão não cabe ao atual presidente do município de Braga, explicando que a indicação dos nomes “cabe ao CDS” e não a “alguém que não é do CDS”, referindo-se a Ricardo Rio.
Francisco Mota está convicto que o presidente do CDS-PP, vai indicar o seu nome, contrariando a vontade do CDS de Braga dirigido por Altino Bessa.
Mota recorda ainda que em 2017 aconteceu algo semelhante. “A concelhia não queria Altino Bessa nem Lídia Dias e entretanto a comissão política nacional, liderada por Assunção Cristas, indicou os nomes (Bessa e Dias) para serem candidatos à CMB”, explicou.
Questionado pela RUM sobre o facto de insistir em integrar um executivo quando o atual presidente, Ricardo Rio, afirma publicamente que não o pretende na sua equipa, Francisco Mota responde com outra pergunta. “Como é que mesmo fazendo elogios reconhecendo a minha capacidade de trabalho e todos aqueles que comigo trabalharam, porque é que tem este tipo de atitude? Não sei o que é que poderá movimentar este tipo de posições. Nem eu compreendo, nem os dirigentes do CDS compreendem, nem os autarcas, nem os bracarenses. Eu estou com Ricardo Rio ainda antes de Altino Bessa, ainda antes de Lídia Dias. Estive na Assembleia Municipal como deputado municipal, fui candidato duas vezes a vereador. Realmente, essa é uma boa pergunta na medida em que não lhe sei responder, mas que certamente o sr. Presidente de câmara poderá responder”, rematou.