Marcelo despede-se de ginjinha no Barreiro com votos de paz, saúde e concórdia

Num breve balanço dos seus dois mandatos no Palácio de Belém, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que os “piores anos foram a pandemia” de covid-19.

O Presidente da República despediu-se esta quarta-feira da tradicional ginjinha no Barreiro com desejos de paz no mundo, e saúde e concórdia entre os portugueses, recordando os anos da pandemia como os mais difíceis dos seus dois mandatos.

Em declarações aos jornalistas após ter almoçado no Barreiro (distrito de Setúbal), onde todos os anos, na véspera de Natal, Marcelo Rebelo de Sousa bebe a tradicional ginjinha, o chefe de Estado desejou aos portugueses, nesta quadra festiva, paz, considerando-a fundamental para que no próximo ano Portugal e a Europa não sofram “as consequências económicas, pessoais e sociais de não haver paz”.

O Presidente da República disse também querer desejar saúde a todos os portugueses e, “se possível, concórdia, que as pessoas se entendam e se aceitem na sua diferença”.

Num breve balanço dos seus dois mandatos no Palácio de Belém, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que os “piores anos foram a pandemia” de covid-19, recordando que, nessa ocasião, declarou duas vezes o estado de emergência e teve de renová-lo “para aí 10 vezes”.

“Era um problema de consciência, porque as pessoas aguentaram muito bem no começo, mas depois começaram a ficar muito cansadas”, disse, salientando que a situação pandémica foi, para si, “o problema mais difícil de resolver politicamente e o mais doloroso em termos de decisão”.

Relativamente ao ano de 2023, no qual António Costa se demitiu da chefia do Governo e Marcelo Rebelo de Sousa esteve no centro da polémica devido ao denominado caso das gémeas, considerou que a situação foi “diferente, porque foi uma tempestade perfeita”.

“Há uma crise política e, ao mesmo tempo, existe um ataque muito forte, ou, pelo menos, não sei será ataque, mas um ambiente muito pesado sobre o Presidente da República”, referiu.

Sobre o facto de, neste seu último mandato, ter dissolvido três vezes a Assembleia da República, Marcelo Rebelo de Sousa procurou diferenciar as três ocasiões, salientando que na primeira, em 2022, “todos quiseram ir a eleições” e a última, já este ano, “resultou de uma iniciativa do primeiro-ministro, que quis ir a eleições”, referindo-se à moção de confiança apresentada pelo Governo de Luís Montenegro.

“Mas o que é facto é que, apesar de três dissoluções, Portugal foi dos poucos países da Europa que tiveram só dois primeiros-ministros durante 10 anos. A Itália, a França, a Inglaterra, a Alemanha, os países do leste, nórdicos, todos tiveram, nestes últimos 10 anos, três, quatro, cinco, seis, sete, primeiros-ministros. Os portugueses tiveram o bom senso, ao votar, de encontrar soluções que significam isto”, referiu.

A menos de um mês da primeira volta das eleições presidenciais, Marcelo Rebelo de Sousa disse considerar que “qualquer dos candidatos que está presente tem condições para fazer uma presidência melhor” do que a sua.

“Eu acho que provavelmente serão melhores Presidentes do que eu fui”, disse.

Questionado sobre qual lhe parece ser a maior qualidade da sua presidência, Marcelo respondeu que gosta de pessoas.

“Eu gosto das pessoas e acho que qualquer um dos candidatos que estão aí gosta de pessoas e provou isso na sua vida. Portanto, qualquer deles dará um bom Presidente”, referiu.

Sobre os debates televisivos realizados no âmbito das eleições, o chefe de Estado considerou que foram “muito esclarecedores” e permitiram aos portugueses conhecer candidatos que “estavam afastados há 10 anos da política” ou que tinham “uma vida essencialmente militar e não civil”.

“Hoje pode dizer-se que conhecem aqueles candidatos muito bem, porque, ao fim de uma dezena de debates, viram como são, como reagem, as características, o que pensam do país, dos outros portugueses. Acho que Portugal vai ficar bem servido com o Presidente”, disse.

Nestas declarações aos jornalistas, Marcelo Rebelo de Sousa garantiu ainda que fará a tradicional mensagem de Ano Novo, apesar de ser na véspera da campanha para as presidenciais, mas frisou que será “muito curta” e com “neutralidade absoluta”.

LUSA

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