Fundação.”A” quer conhecer dados; “B” é totalmente contra e “C” pede referendo

A continuidade ou não do regime fundacional da Universidade do Minho, foi um dos temas mais discutidos durante o debate que foi emitido pela RUM, esta sexta-feira, e que colocou frente a frente, em formato digital devido ao Estado de Emergência, Rui Oliveira (lista A), Alexandre Carvalho (lista B) e André Teixeira (lista C).

Este é um dossiê que estará em discussão até ao verão, sendo que a Universidade do Minho (UMinho) terá de decidir se permanece ou não uma Universidade Fundação Pública com regime de direito privado.

Trata-se de um modelo de gestão que permite à academia minhota manter-se como universidade pública, mas com possibilidade de recurso ao direito privado, especialmente no que toca à gestão financeira e do património da UMinho, assim como em termos de contratação de recursos humanos e na aquisição de bens e serviços. 


Lista C pede um referendo aberto a toda a comunidade.


André Teixeira, candidato pela lista C, pretende perceber se o regime fundacional trouxe, realmente, mais benefícios que constrangimentos à academia minhota nos últimos cinco anos. “Conseguimos mais dinheiro do que aquele que conseguiríamos se o Estado investisse? Eu acho que não, mas quero ver”, avança.

O estudante de Direito frisa que é preciso saber qual o impacto no número de estudantes que foram auxiliados, ao nível das contratações, entre outros. O desafio lançado ao reitor Rui Vieira de Castro é claro: “coloque os dados cá fora de forma aberta”, pede. O candidato recomenda mesmo um “referendo aberto à comunidade estudantil”.

André Teixeira questionou o candidato da lista A se votaria contra o regime fundacional mesmo contra a reitoria, se essa fosse a vontade dos estudantes. Rui Oliveira, da lista A, garantiu que sim.



Lista A quer conhecer dados para tomar uma posição sobre a matéria.


Para Rui Oliveira, que representa uma lista de continuidade no Conselho Geral, a posição da lista A deve ser baseada em dados concretos. Dados esses que a reitoria irá disponibilizar em sessões abertas durante os meses de abril e maio.

O cabeça de lista pretende fazer um “exercício difícil”, mas que na sua opinião será “o mais correto”, uma comparação “hipotética” entre os resultados que serão apresentados e uma estimativa do que teria sido a realidade da UMinho caso não tivesse optado pelo regime fundacional. Pontos esses ligados, uma vez mais, à facilidade de contratação de recursos humanos, captação de financiamento e autonomia financeira, resposta rápida a problemas urgentes da UMinho, entre outros.


Lista B é totalmente contra continuidade do regime fundacional.


Alexandre Carvalho tem uma posição diferente sobre esta temática em relação aos restantes candidatos a representantes dos alunos no Conselho Geral. A lista B parece não ter dúvidas sobre a posição da reitoria da Universidade do Minho, que segundo o estudante de Filosofia, irá defender a sua continuidade. Contudo, a lista B acredita que este é um regime lesivo para “a vida dos estudantes”.

Como já tem sido seu apanágio, Alexandre Carvalho voltou a defender uma universidade totalmente pública.

Para a lista B, a existência de interesses privados dentro da academia minhota prejudica a contratação e promove uma “monopolização” do ensino superior.

A proximidade ao tecido empresarial é benéfica?

Rui Oliveira defende que a ligação ao tecido empresarial é “benéfica”, no sentido de partilha de experiência, uma vez que as entidades externas podem contribuir para o enriquecimento do percurso estudantil. O candidato da lista A sublinha que não se refere apenas a entidades privadas como públicas dando o exemplo do curso de administração pública que junta a Universidade do Minho a outras instituições de ensino superior e ao próprio estado.

A lista B acusa Rui Oliveira, atual representante dos estudantes, de não contactar com os alumni da Universidade do Minho. Alexandre Carvalho é contra estágios não remunerados e ainda contra serem os alunos a fazerem face às despesas de deslocação durante esse período.

O candidato volta a frisar que vários alunos são responsáveis pela criação de aplicações de forma gratuita para multinacionais e a academia nada faz, na ótica de Alexandre Carvalho, porque são “financiados diretamente” por essas empresas. “Aumenta a precariedade. Não espanta que esta geração só consiga sair da casa dos pais aos 30 anos com posições como a do Rui Oliveira”, conclui.

“Empresas, sim. Independência sempre”, declara André Teixeira. Para a lista C estas parcerias são “importantes”, porém é fundamental que o tecido empresarial não tenha capacidade de “decidir” currículos ou a identidade da universidade. “A universidade deve criar cidadãos não meros trabalhadores numa linha de montagem”, sustenta. 

As eleições para escolher os representantes dos estudantes no Conselho Geral da UMinho decorrem a 17 de Março, quarta-feira, através da plataforma EvotUM.

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Vanessa Batista
Vanessa Batista

Jornalista na RUM

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