“Ligação UMinho/Bosch é um exemplo que tem de ser continuado e duplicado”

O antigo ministro da Indústria e da Energia, Luís Mira Amaral destacou a ligação entre a UMinho e a Bosch Braga, como um exemplo na indústria portuguesa que deve ser “continuado e duplicado”.
As declarações foram proferidas à RUM, no âmbito da conferência Fórum Económico: “O Futuro da Indústria”, organizado pela Associação Empresarial de Braga, com o objetivo de discutir e refletir sobre os desafios que se colocam à indústria portuguesa.
O economista refere que a indústria portuguesa do futuro deve apostar nas componentes tecnológicas e na formação académica.
Os dados apontam que apenas 3% dos doutorados são empregados nas empresas nacionais. Nesse sentido, Luís Mira Amaral considera importante “injetar o conhecimento” nas organizações, ao admitir pessoas qualificadas nas empresas, para fazer “processos de inovação e de posicionamento estratégico”, diferenciando-se assim da concorrência.
A exportação das matérias foi um dos processos destacados pelo antigo ministro como um ponto a melhorar. O economista admite que Portugal não tem linhas ferroviárias “decentes” para proceder ao transporte das mercadorias pela Europa, referindo não ser viável continuar com a atual exportação pelas autoestradas europeias, devido à saturação das rodovias e por razões energéticas e ambientais.
Para Luís Mira Amaral, seria importante o país ter duas linhas ferroviárias que contribuíssem para a exportação das mercadorias para o centro da Europa. “Uma das ligações seria a norte, na zona de Aveiro, Vila Formoso e Salamanca. A outra seria a sul, ligando os postos de Sines, Setúbal e Barreiros”, refere.
Luís Mira Amaral foi ministro da Indústria e da Energia de 1987 a 1995 e esteve esta sexta-feira, em Braga, na Associação Empresarial para debater sobre os desafios que se colocam à indústria portuguesa.
