Liberdade norteia a 8ª edição do Festival Internacional de Cinema Infantil e Juvenil

Arranca esta segunda-feira e prolonga-se até dia 28, domingo, a oitava edição do Festival Internacional de Cinema Infantil e Juvenil do Porto. Nesta edição, o IndieJunior tem como tema central a liberdade, em alusão às comemorações dos 50 anos do 25 de Abril.
Na temporada de 2024, Batalha – Centro de Cinema, Biblioteca Municipal Almeida Garrett, Casa das Artes, Coliseu do Porto, Maus Hábitos e Universidade do Porto são as sedes do evento que reúnem exibições de longas e curtas metragens, entre outras atividades, como exposições, oficinas e sessões de cinema voltadas para pais com crianças a partir dos seis meses. Além disso, há ainda uma competição entre cerca de 50 filmes, de ficção, documentários e animações, quase todos inéditos, que serão premiados em três categorias diferentes, dividas em oficial, escolas e público.
Aos microfones da RUM, a diretora do festival, Irina Raimundo, salienta que, apesar de ser um festival pensado para o público escolar infantil e juvenil, a programação conta com atividades para toda a família. “A nossa missão é trazer filmes recentes, que não estejam a ser exibidos em circulação regular e, sobretudo, de autores menos conhecidos, mas com qualidade e que interessem ao público infantil e juvenil. Porém, teremos também sessões para pais com crianças de colo e até filmes mais ‘densos’, com a presença de convidados”, sublinha.
A liberdade permeia a edição deste ano com uma programação direcionada para que pais, professores e alunos utilizem os filmes como ponto de partida para um debate que envolva a valorização de uma sociedade livre. “Tentamos sempre acompanhar o que se passa na sociedade”, salienta.
No dia 23, o segundo do festival, por exemplo, a sessão que marca a apresentação da longa-metragem ‘48’, de Susana de Sousa Dias, conta com “a presença de representantes da URAP – União de Resistentes Antifascistas Portugueses, que estiveram e ainda hoje continuam a trabalhar contra o fascismo”, ressalta. Partindo de um núcleo de fotografias de prisoneiros da PIDE – Polícia Internacional e de Defesa do Estado, a longa traz o testemunho de várias pessoas que, em momentos diferentes das suas vidas, estiveram presas ou foram torturadas duante os anos de 1926 a 1974 .
Além disso, haverá também sessões especiais durante as apresentações das animações ‘O Casaco Rosa’, de Mónica Santos, sobre um casaco rosa que, no conforto do seu lar, tortura e costura os opositores do sistema, e ‘A Menina Parada’, de Joana Toste, sobre “como uma menina que decide parar no meio da passadeira e causa desconforto nas outras pessoas”, o que “gera um debate entre os personagens do filme”.
Estas animações, destaca Irina, trazem para o debate com os jovens exemplos de como uma sociedade livre pode abordar vários temas. “Os filmes devem ser adequados às crianças e aos jovens, com temáticas interessantes, que sejam estimulantes e abram espaço para conhecer coisas novas”, frisa.
