Investigador da UMinho descobre nova espécie marinha

Uma nova espécie de invertebrado que controla as marés vermelhas foi descoberta com a participação de um investigador da Universidade do Minho (UMinho), Marcos Rubal. O estudo feito em parceria com a Universidade de Ciência e Tecnologia de Cochin foi publicado pela revista científica Zootaxa.

Os ‘ursos d’água’ ou tardígrados são conhecidos pela resistência a condições extremas, como temperatura, radiação, desidratação e vácuo. Esta nova espécie, aponta à RUM o investigador, Marcos Rubal, possui caraterísticas únicas “nas patas, como a longitude relativa dos dedos e do quarto par de patas”. O responsável também refere “a cutícula que cobre o corpo, que é muito ornamentada e alguns apêndices, cefálicos e sensoriais, existentes”. “Estas são algumas das características que utilizamos para identificar as espécies e saber quando são novas”, aponta.

Até ao momento esta espécie de ‘urso d’água’ só foi encontrada na costa sudoeste da Índia, durante o estudo realizado sobre os organismos que vivem entre os grãos da areia das praias. Os investigadores analisaram perto de cinquenta amostras recolhidas de sedimentos arenosos da praia Mini Coral, em Mandapam, e identificaram a nova espécie. Estes animais, ressalta, são muito frequentes em cada lugar do globo, o que “pode indicar que existam em outros locais à volta da Índia, o que ainda não foi identificado”.

Segundo Marcos Rubal, os tardígrados, animais multicelulares a que pertencem esta nova espécie, possuem uma função muito importante no ecossistema marinho, ao alimentarem-se de bactérias, o que auxilia a “manter controladas estas populações e a decomposição da matéria orgânica”. Além disso, estes animais são capazes de “controlar, de certa maneira, as marés vermelhas, ao alimentarem-se de algas ou outros resíduos que chegam às praias, que são decompostos por bactérias”.

“Ainda há muito poucos estudos sobre estas espécies”

O investigador e professor do Centro de Biologia Molecular e Ambiental da Escola de Ciências da UMinho realça que esta descoberta “tem muita importância desde o ponto de vista da biogeografia” sobre um grupo de animais “que é muito pouco estudado”. Marcos Rubal recorda que se chegou a ter a teoria que apenas uma espécie era distribuída ao longo de todo o globo, mas com a descoberta destas espécies, “é possível demonstrar que há uma diversidade local”.

Apesar da importância ambiental, alerta não ser possível utilizar este organismo como parâmetro para o estudo das mudanças climáticas, “por ter sido descoberto há pouco tempo”. Sublinha também que estas descobertas vão possibilitar que, no futuro, essas espécies “possam ser utilizadas como indicadores da mudança global”.

*Escrito por Marcelo Hermsdorf e editado por  Elsa Moura

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