Formação na área da aviação civil ‘aterra’ em Braga para potenciar emprego qualificado

Com emprego certo e salários aliciantes, a procura pela formação na área da aviação civil tem aumentado. Por isso, Braga entra, agora, no radar da IFA – International Flight Academy -, a quem cedeu espaço no Aeródromo Municipal por um período mínimo de 25 anos para a instalação de uma base de formação.
“Pilotos, mecânicos e assistentes de bordo estão numa situação, praticamente, de pleno emprego”, afirmou José Madeira, diretor-executivo da IFA. No entanto, os salários podem ser um atrativo ainda maior: “Hoje em dia, há mecânicos a ganharem mil euros por dia”.
São profissões “exigentes” e a formação exige um investimento avultado, uma vez que, no caso dos pilotos, “um curso não custa menos de 70 mil euros”.
Depois de Cascais e Viseu, a IFA ‘aterra’ em Braga, “uma cidade dinâmica, jovem e onde a população cresce todos os anos”. “Braga tinha que ser uma escolha”, afirmou José Madeira, que acredita que este seja “o primeiro passo para que a cidade se torne um polo da aviação”.
A IFA forma 100 pilotos, 300 assistentes de bordo e 50 técnicos de manutenção aeronáutica. Em Braga, a primeira turma arranca em março do próximo ano. Há 24 vagas para a formação de pilotos e 20 para assistentes de bordo e mecânicos, sendo que a formação destes últimos só deverá ter início em 2027.
A International Flight Academy vai investor dois milhões de euros no aeródromo de Braga, nomeadamente na construção do hangar, simuladores e frota de aeronaves.
O presidente da Câmara, Ricardo Rio, fala de uma parceria “estratégica”, pelo “reconhecimento e visibilidade que dará ao aeródromo de Braga”. “É uma extraordinária oportunidade, sobretudo para os jovens de Braga e da região, que vão ter, numa base de proximidade, uma formação que lhes dá acesso a grandes oportunidades de emprego, bem remuneradas, com excelentes níveis de empregabilidade, num setor que tem uma grande dinâmica a nível internacional”, acrescentou. O autarca enalteceu ainda a oportunidade que este investimento representa para dinamizar “outras dinâmicas, do ponto de vista comercial, e até de outro tipo de formações, que venham criar ainda mais dinâmica turística e de ligação ao meio empresarial”.
Filipe Chaves, diretor da Escola Técnica Superior Profissional do IPCA, que irá acolher a formação teórica, reconhece que esta é uma “parceria que pode fazer crescer o território”. “É uma área que tem cada vez mais procura”, acrescentou.
Transformação do Aeródromo para fins de natureza mais comercial depende de “vontade política”
Ricardo Rio lembrou os investimentos que foram concretizados no aeródromo, reafirmando a ambição de ver, no futuro, aquele local com mais atividade, nomeadamente “de carácter comercial”.
Depois de confirmada a certificação de nível 2, “é apenas uma questão de vontade política” concretizar ali novos investimentos que permitam implementar outros serviços, como é o caso de “táxi aéreo”, para o qual “será necessária uma torre de controlo, outras condições infraestruturais, mas isso é uma questão de investimento, portanto é uma questão de opção política para o próximo executivo”, afirmou.
Para conseguir uma nova certificação, a autarquia teve que realizar alguns investimentos no espaço, desde logo “a criação de condições de acolhimento para o meio aéreo, reordenamento do espaço, garantia de condições infraestruturais ao nível do fornecimento de energia e de segurança”, a propósito da qual foi realizada uma parceria com os Bombeiros Sapadores.
