Docente da UMinho eleito presidente da Federação Mundial de Coleções de Culturas Microbianas

Nelson Lima quer “renovar” a estrutura da Federação, que se encontra “estagnada e envelhecida”. Outra das prioridades para o mandato passa por promover um “maior contacto com os membros, visibilidade e alargamento de alianças”.

O professor catedrático da Universidade do Minho (UMinho) e diretor da Micoteca da instituição, Nelson Lima, é o primeiro português a assumir funções na Federação Mundial de Coleções de Culturas Microbianas (WFCC). Durante os próximos três mandatos, vai coordenar a organização internacional dedicada a apoiar, coordenar e promover coleções de culturas de microrganismos ao redor do mundo. Atualmente, a WFCC congrega 884 coleções públicas de 81 territórios e envolve mais de 8 mil profissionais responsáveis por preservar quase 4,5 milhões de microrganismos.

À RUM, Nelson Lima encara este novo cargo como uma “responsabilidade grande” e diz que é resultado do trabalho “consistente” que a Micoteca tem realizado ao longo dos últimos 30 anos. “A Micoteca tem apostado na inovação, numa lógica de abertura ao exterior e internacionalização. É um aspeto importante que suporta a eleição de um presidente português a nível mundial e tudo isto está posto na balança porque as pessoas conhecem o trabalho que temos vindo a realizar”, considera.

Para os próximos três mandatos, o professor antecipa uma transformação profunda na Federação. O novo presidente considera que a WFCC “estagnou” nos últimos anos e que parte da estrutura “envelheceu”. Por isso, uma das primeiras metas passa por renovar a instituição, cujo funcionamento orgânico ainda reflete o modelo dos “anos 70”, pouco adequado aos desafios atuais.

Além disso, quer reforçar o contacto direto com os membros da Federação e aumentar a sua visibilidade internacional. Para isso, defende uma aposta clara na comunicação digital, nomeadamente através das redes sociais, como forma de chegar a comunidades científicas de regiões onde a WFCC continua pouco presente. “Queremos chegar a continentes importantes, como é o caso de África”, adianta.

Outra ambição é “recuperar alianças regionais em diversos pontos do mundo” que se foram perdendo ao longo do tempo e estabelecer “novas parcerias estratégicas”. O objetivo é recolocar os “microrganismos no centro da agenda científica e social”, reforçando o papel crucial que desempenham na investigação, na saúde, indústria e sustentabilidade global. 

Escrito por Marta Ferreira e editado por Marcelo Hermsdorf

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