Com o corpo e movimento em evidência, ‘Adoçar’ dança entre raízes e memórias

É a partir das raízes e memórias que Ana Isabel Castro cria uma peça que surge da palavra ‘Adoçar’ como sinónimo de lavar. A peça de dança contemporânea, que integra o Supracasa da Braga 25 – Capital Portuguesa da Cultura, sobe ao palco do pequeno auditório do Theatro Circo, esta sexta-feira, pelas 21h30.
Como forma de observação pura, a artista recorda da vida em Caxinas, na zona da Póvoa do Varzim, onde a avó “usava muito esta expressão para se referir ao lavar e tomar banho”, refere aos microfones da RUM. A origem dos “vai-te adoçar”, “já te adoçaste”, expressões comuns da avó, Ana Isabel Castro acredita que pode estar relacionado “por ser uma zona do mar, das pessoas estarem efetivamente salgadas e com o sal”.
A peça, como descreve, “é mais uma espécie de um exercício do que propriamente só um espetáculo” e serve para estar focado apenas no corpo e no movimento. “Pensei em retirar todos os estímulos provenientes à partida de um espetáculo ao que nós estamos habituados, diminuí-los ao máximo para encaminhar o público para o corpo”, remata.
c/ Carolina Damas
