CDU critica Governo por empurrar para CMB “trabalho de empreitada” relativo a imigrantes

A CDU lamenta que o Governo passe para a Câmara de Braga mais uma responsabilidade sua, desta vez no domínio da recuperação de processos pendentes na Agência para a Integração, Migrações e Asilo.

O protocolo entre o município e AIMA e com a Cruz Vermelha foi aprovado, com a abstenção do vereador Vítor Rodrigues, na reunião de Câmara desta quarta-feira.

Recorde-se que o centro de atendimento a imigrantes em Braga vai ficar instalado no edifício do antigo Centro de Recrutamento Militar, na Rua Bernardo Sequeira. O espaço, que será único no distrito, deverá abrir portas em novembro, para dar respostas aos imigrantes provenientes de mais de 140 nacionalidades.

“Tenho algumas reservas pelo facto de o Governo ter preferido empurrar para as autarquias uma competência sua. O PCP reclamou na Assembleia da República que fossem contratadas 10 mil pessoas para fazer este processo de legalização extraordinária que resulta de um processo desastroso de extinção do SEF”, começou por evidenciar o comunista. Vítor Rodrigues critica o facto de o “Governo em vez de assumir responsabilidade” a empurre para as autarquias “a troco de um trabalho de empreitada”, uma vez que vai pagar “x por processo”. “Não dignifica a necessidade de resposta que existe, mas reconhecemos que é uma resposta necessária e mais do que urgente”, justificou ainda.

Para o presidente da Câmara, Ricardo Rio, atendendo ao facto de que o objetivo é que “haja uma solução para as pessoas” considera a união de esforços necessária, até porque, no seu entender, trata-se de “uma questão de dignidade humana” e de uma medida “importante do ponto de vista da regulação da política de imigração que o país tem que fazer”. “O município entendeu que devia colaborar na concretização dessa estrutura e conseguimos juntar as peças para que ela esteja em funcionamento nos próximos dias”, finalizou.