António Braga anuncia providência cautelar para travar metrobus em Braga

O cabeça de lista da coligação PS/PAN à câmara de Braga, António Braga, anunciou, esta quinta-feira, a interposição de uma providência cautelar para travar o processo de implementação do BRT (metrobus) na cidade, defendendo que o projeto “destrói metade da cidade” e que não faz sentido avançar a poucos dias das eleições autárquicas.

“Nós vamos colocar uma providência cautelar, porque do ponto de vista político já o dissemos com clareza desde janeiro, que somos contra radicalmente a introdução de um meio de transporte que precisa destruir metade da cidade para se instalar e para sobreviver”, afirmou, em entrevista à RUM.

O candidato sublinhou que, com a implementação do metrobus, “tem que ser destruído o túnel e o viaduto de Maximinos, o viaduto das piscinas da Rodovia e metade da circular da cidade”, algo que considera incompatível com “uma cidade bimilenar, com um casco urbano consolidado há mais de 200 anos”.

António Braga garantiu que, caso vença as eleições, travará “imediatamente” o processo. Além da oposição política, aponta também problemas de legalidade, uma vez que ainda não foram efetivados os procedimentos de “terrenos em que é preciso intervir, nomeadamente comprar ou municipalizar”. Para o cabeça de lista do PS/PAN, a assinatura do contrato de concepção e construção, marcada para esta sexta-feira, é “precoce e irregular”.

Se for eleito, promete reorientar o financiamento de 75,5 milhões de euros previsto no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). “Vamos reformular esse financiamento, porque as linhas de financiamento do PRR também contemplam um financiamento para habitação, sobretudo habitação para colocar numa rede pública de arrendamento acessível. Nós tudo faremos, politicamente, para reorganizar esse investimento, alocando não para o BRT, mas para a habitação, que é o que prioritariamente faz falta em Braga”, assegurou.

Como alternativa, defende “um metro ligeiro de superfície, híbrido, que permitirá, no futuro, a comunicação não apenas na cidade, mas em toda a região, numa área metropolitana que também defendemos que deve ser criada proximamente”.

Quanto aos contratos em curso, o candidato disse acreditar que haverá margem para negociação: “Todos os processos são negociáveis, e é nessa medida que eu insisto que é possível desviar esse investimento e renegociar qualquer contrato, porque isso é da vida do quotidiano”.

O anúncio surge no mesmo dia em que os Transportes Urbanos de Braga (TUB) confirmaram que, esta sexta-feira, será assinado o contrato de concepção e construção da Linha Vermelha do BRT, adjudicada por 32,6 milhões de euros. A primeira linha, que ligará a estação ferroviária ao hospital, passando pela Universidade do Minho, representa um investimento global de 75,5 milhões de euros, integralmente financiado pelo PRR, com prazo de execução até 30 de junho de 2026.

A candidatura de António Braga sempre se manifestou contra esta solução.

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Redação
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