A3ES chumba quatro em cada dez novos cursos
A Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES) continua a registar um “fluxo excecionalmente elevado” de pedidos para novos cursos, na sua grande maioria mestrados, com a proporção de novos ciclos de estudos não acreditados em crescendo: 38% foram chumbados. As razões mantêm-se: falhas no corpo docente e na estrutura curricular, num sistema de ensino que “poderia estar estabilizado”.
De acordo com a edição impressa de hoje do Jornal de Notícias, que cita relatórios de gestão e de monitorização da A3ES, entre 1 de novembro de 2023 e 31 de outubro de 2024, foram analisados 230 processos de novos ciclos de estudos – 26 à distância –, dos quais 87 acabaram por não ser acreditados. Do restante, 46% foram aprovados e os restantes autorizados, mas com condições.
Mestrados dominam as propostas
Do universo de 230 pedidos incluem-se 167 submetidos no final de 2023, dos quais 69% eram mestrados. O JN revela que, à semelhança de anos anteriores, a A3ES continua a receber cerca de 200 pedidos anuais para novos mestrados.
Segundo revelou o presidente da A3ES ao diário nacional, as propostas de mestrado são “sobre temas muito específicos”. João Guerreiro considera a “especialização excessiva”, mas dentro da “autonomia das instituições”. O racional, explica, está correto, mas o fracionamento não, na medida em que, acrescenta, nas licenciaturas impera o conceito de banda larga, que se estreita nos mestrados. Porém, nota, “há uma excessiva segmentação dos temas dos mestrados”.
No que aos pedidos de novos doutoramentos diz respeito, no primeiro trimestre do ano passado entraram apenas 14 processos.
Milhares de cursos
De acordo com a informação disponibilizada no site da Direção-Geral do Ensino Superior, contam-se 5768 cursos, de Curso Técnico Superior Profissional a doutoramentos. Daquele total, 40% são mestrados.
