A influência da música no movimento dos corpos dança no CCVF com ‘In C’
Concebida nos dias de confinamento provocados pela pandemia da covid-19, ‘In C’, da companhia ‘Sasha Waltz & Guests’, estreia-se este sábado em terras lusas, mais concretamente no Grande Auditório do Palácio Vila Flor, em Guimarães. É considerado pelo diretor artístico, Rui Torrinha, “um espetáculo de contacto com a expressão humana num cruzamento da dança e música”.
Aos microfones da RUM, o responsável sublinha que durante o espetáculo “os bailarinos têm o poder de improvisar”, uma liberdade criativa “que não prejudica o grupo, à semelhança da nossa sociedade democrática”, antecipa. Os papéis de liderança são variáveis, e os bailarinos trocam-nos, constantemente. “Enquanto uns ganham a liderança, os outros transformam-se em seguidores”, continua.
A obra de Sasha Waltz é inspirada na composição de 1964, do autor americano, Terry Riley, que é considerada a primeira peça de música minimalista. Em ‘In C’, 53 peças compõem um sistema experimental, que “resiste ao tempo e, após 50 anos, é atual”, com uma forte componente visual e policromática. “Para lá do improviso tem um sentido de beleza muito grande na forma como se vai desenrolar”.
O programador afirma que o espetáculo conta com “um contacto da expressão humana num cruzamento da dança com a música” e afiança que se trata de “uma oportunidade para não perder”. “É uma afirmação da história da arte na forma como construímos a sociedade”, conclui.
*Escrito por Marcelo Hermsdorf e editado por Elsa Moura
