Carta das Religiões identifica a existência de 140 comunidades religiosas em Braga
Braga conta com cerca de 140 comunidades religiosas, a maioria católicas, com um grande grupo de protestantes e evangélicos. Os resultados são do estudo que resultou na Carta das Religiões, apresentada esta terça-feira, no Museu dos Biscainhos.
O coordenador do estudo, Marcos Bazmandegan, da Universidade Católica Portuguesa, sublinha que o estudo identificou 63 paróquias católicas e 59 comunidades protestantes ou evangélicas, além de ortodoxos, bem como comunidades islâmica, hindu e bahá’í, entre outras expressões que vão “criando aos poucos esta dimensão da diversidade religiosa”.
Além de Braga, este estudo já foi realizado pela universidade em Odivelas, está a ser “realizado noutros municípios nos arredores de Lisboa e, no Norte, também foi concluído no Porto”. O documento demonstra uma realidade religiosa “muito mais plural do que era a Braga de há 50 anos, ou talvez 20”. É “uma tendência nacional e das cidades que estão em crescimento com comunidades migrantes, com consequências políticas, também”. Destaca-se o impacto da comunidade brasileira, responsável, “em grande parte” pelo aumento de comunidades evangélicas e pela revitalização de práticas já existentes. Estes espaços, tornam-se “uma espécie de família de acolhimento” destes imigrantes que chegam a cidade.
A iniciativa reforça o compromisso municipal com a promoção da paz, da inclusão e do respeito mútuo entre crenças. Carla Sepúlveda, vereadora da Câmara Municipal, destaca que “Braga é uma cidade religiosa por tradição e intercultural” e este estudo vai auxiliar a elaboração de políticas públicas sociais e de coesão territorial que incluam todos estes grupos.
Responsável por duas edições da ‘Aldeia das Religiões’, em Priscos, o Padre João Torres, um dos impulsionadores do projeto, aponta que a Carta das Religiões de Braga serve para afirmar convicções religiosas “sem levantar muros”. O projeto nasce “como um marco de caminho do diálogo inter-religioso e é um compromisso pela paz, pela dignidade humana e pela construção de uma cidade mais justa, mais solidária e mais fraterna”.
