Música e poesia em diálogo pelas mãos e corpo de Joana Sá e João dos Santos Martins

O Theatro Circo recebe, esta sexta-feira, mais um espetáculo incluído no ciclo Zona Franca. ‘Está Visto’ parte de um conjunto de canções do ciclo ‘Dichterliebe [Amor(es) de poeta]’, compostas por Robert Schumann em 1840. O espetáculo que sobe ao palco da sala principal do espaço bracarense apresenta-se em formato de recital, numa convergência entre canto, piano e dança, numa colaboração do coreógrafo João dos Santos Martins, com a pianista e compositora Joana Sá e a artista visual Ana Jotta.

Em entrevista à RUM, o coreógrafo explica que a peça possui um “historial meio quebrado, apesar de parecer linear”. O espetáculo, confessa, surge da vontade de João dos Santos Martins em fazer uma ópera em língua gestual, algo que considerava uma “missão impossível”, por exigir “um trabalho de aprendizagem, produção e envolvimento, com a cena musical”, que considerava algo distante.

A interdisciplinaridade procura explorar, aponta, “aquilo que se entende como o interior do corpo e a sua relação com as formas de expressividade no seu entorno”. Com base nas canções de estilo romântico com poesia de Heinrich Heine, a peça retrata o amor não correspondido, e tem “a ver com a materialização das emoções ou do sentimento” que são apresentadas pelas formas de expressividades do corpo. “Será que estas formas musicais são completamente abstratas ou elas afetam uma forma de estar e uma forma de expressar algo e alguma ideia?”, questiona.

Esta falta de reciprocidade, sublinha, reproduz-se em ideias coreográficas que desarticulam a linguagem, fracionando o gesto com as letras das canções, o som e a escuta num corpo em atravessamento.

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Redação
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