“Estar online não significa, necessariamente, mau, depende como usamos”

As redes sociais podem afetar o sono e a saúde se não forem utilizadas de forma regrada e regulada. O alerta é da professora da Escola de Psicologia da UMinho, Marlene Matos, que participou da edição especial do programa UMind, podcast da Universidade do Minho dedicado à saúde mental e ao bem-estar da comunidade académica, em parceria com a RUM, sobre o dia Mundial da Saúde Mental.

A data tem como objetivo aumentar a consciencialização sobre as questões de saúde mental em todo o mundo e mobilizar esforços no seu apoio. Para a investigadora, existem três riscos associados ao uso em excesso das redes sociais: a tendência de comparar a vida com um mundo irreal, o sentimento de não estar online levar ao risco de “ficar fora de oportunidades, de experiências, de conhecimentos” e de as redes sociais apresentarem conteúdos que levem a uma “polarização das emoções”. “O fazer mal tem a ver com o propósito, a forma como nós usamos as redes sociais”, alerta.

Outro ponto de atenção para a docente é o fluxo de conteúdos novos que as plataformas oferecem, que “visa sempre captar a atenção”. Para Marlene Matos, o fluxo constante “é um risco para haver uma utilização desregulada das redes sociais”, por isso, é preciso que essa utilização “não seja desregulada ou desregrada”.

“Quanto mais utilizarmos, mais o algoritmo vai registando o dado do que é que nós gostamos e o que não gostamos”


Para o professor catedrático de Engenharia Informática da UMinho, Pedro Henriques, o uso constante auxilia que as pessoas vivam cada vez mais nas chamadas ‘bolhas digitais, onde os conteúdos oferecidos auxiliam a reforças as opiniões já existentes.

Pedro Henriques sublinha que os algoritmos “baseiam-se em estatísticas” de todo o tempo de que passamos conectados. “Quanto mais utilizarmos, mais vai registando o dado do que é que nós gostamos e o que não gostamos”, aponta, acrescentando que toda esta informação leva com que as redes sociais “escolha aquilo que se aproxima mais daquilo que é suposto que cada um gosta”.

O papel da comunicação institucional na promoção de conteúdos com responsabilidade e propósito


Marlene Matos, ressalta que é preciso utilizar as redes sociais e a comunicação institucional para a promoção da saúde e de boa convivência digital. Segundo a investigadora, os jovens já são expostos a muitos materiais nocivos. Por isso, é preciso, ressalta, ter “espaços digitais que possam promover relações saudáveis e espaços digitais de apoio”. Se usarmos esses espaços digitais para uma promoção da saúde e de uma utilização sadia destes espaços, às tantas, também estamos a dar menos espaço a esses (negativos) progredirem”, remata.


c/Elsa Moura


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