“Os têxteis e artes manuais são memórias do passado que devem ser trazidas para o futuro”

Celebrar a memória das artes manuais de Guimarães com um olhar contemporâneo. Este é o objetivo do Centro de Artes e Ofícios, que abriu portas nos Fornos da Cruz de Pedra. A abertura oficial ao público aconteceu esta terça-feira à tarde.

Depois de, literalmente, colocar as mãos no barro, o presidente da Câmara de Guimarães, Domingos Bragança, sublinhou que, “apesar de pequeno, o espaço é identitário” e que se pretende “um espaço da comunidade e que a mesma seja convidada para ter esta experiência”.

A componente económica das artes manuais surge da valoração que é concedida para os produtos feitos de forma manual e tradicional. O autarca realça que “os têxteis, as cutelarias e os curtumes são memórias que remontam a Guimarães do século X”. “Nós gostamos de ter estes produtos nos tempos de hoje nas nossas casas, já as indústrias são tradicionais no modo de fazer e, então, os têxteis são o futuro”, argumenta.

Já o presidente da direção d’A Oficina, Paulo Lopes Silva, recorda que é graças ao equipamento que a cooperativa cultural existe. O também vereador com o pelouro da cultura afirma que é “essencial preservar essas artes tradicionais do território, dar a conhecer as mesmas e estabelecer uma ligação entre essa tradição e a contemporaneidade”.

Entre artesãos tradicionais e jovens estudantes, a diretora d’A Oficina para as Artes Tradicionais, Catarina Pereira, confidenciou que foi Joaquim Oliveira, cujo local inaugurado esta terça-feira foi outrora a oficina e antiga casa do oleiro, quem a ensinou a valorizar esta arte que é um património, “não só nas suas técnicas, mas também pela sua representatividade simbólica”. A responsável adiantou que no espaço serão realizados workshops, em que vão ser “trabalhadas as mais diversas artes e ofícios sob o olhar contemporâneo”.

Paulo Lopes Silva adiantou ainda que o espaço vai ser “um centro interpretativo a partir do qual pode ser divulgada a história que Guimarães, do ponto de vista industrial”, em que os turistas podem partir dali e percorrer “aquilo que são as indústrias vivas e também as reminiscências das indústrias antigas, especialmente na Zona de Couros, recentemente classificada como Património Mundial da UNESCO”. No mesmo sentido, Domingos Bragança sugeriu que “seja estabelecido um programa com as escolas, para que os alunos do 1.º ciclo possam ter experiências com o barro”, concluiu.

O local vai estar aberto de segunda a sexta-feira, das 10h00 às 17h00, e aos sábados, entre 11h00 e 18h00. As visitas são gratuitas até o final do ano, medida que deve ser reavaliada pela autarquia para 2025.

*Escrito por Marcelo Hermsdorf e editado por Vanessa Batista

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