Investigadores da UMinho desenvolvem nanomaterial para combater o cancro

O Grupo de Investigadores da Escola de Ciências da Universidade do Minho criou um gel permite “libertação subativa de fármacos e a combinação de diferentes modalidades terapêuticas” e pode ser aplicado no local do tumor.

Uma equipa de investigadores da Escola de Ciências da Universidade do Minho criou um gel para a libertação controlada de dois fármacos antitumorais. O desenvolvimento deste nanomaterial injetável, que envolveu ainda as universidades de Aveiro e Vigo, pode beneficiar a eficácia terapêutica contra o cancro e a medicina personalizada. O estudo foi publicado pela revista Advanced Functional Materials.

Este avanço destaca-se dos já existentes ao aliar várias modalidades terapêuticas, ao permitir ser aplicado no local do tumor e por “induzir seletivamente a libertação dos fármacos que estão encapsulados”, adianta o investigador aos microfones da RUM. Sérgio Veloso aponta que a principal diferença para os materiais já existentes é a possibilidade de uma “libertação subativa de fármacos e a combinação de diferentes modalidades terapêuticas”.

O material em hidrogel contém nanopartículas de lípidos, incorporando nanopartículas magnéticas (lipossomas) e de ouro. Esta terapia multimodal – combina quimioterapia, fototerapia e hipertermia magnética – resultou em laboratório, segundo o investigador, num “aumento da eficácia terapêutica e na quantidade dos fármacos que são necessários administrar”. Refere ainda que o produto, acaba por reduzir a necessidade de concentrações elevadas de fármacos, evitando “que ocorram efeitos indesejáveis para o paciente”.

Sérgio Veloso alerta que nem todos os tipos de cancro “comportam-se da mesma maneira”. Por isso, ressalta ainda ser necessário prosseguir como o estudo para “adaptar os tipos de fármacos que são utilizados e o próprio material” para que seja possível atingir uma maior diversidade de cancros.

Avança que ao obterem sucesso na exploração das diferentes vertentes do material, existe a possibilidade de prosseguir com estudos pré-clínicos, “para avaliar a segurança e a eficácia do gel em modelos mais complexos”. A investigação, que começou durante o mestrado do invetigador em Biofísica e Bionanossistemas na UMinho, há 4 anos, vai continuar com o desenvolvimento de materiais otimizados e mais baratos, para garantir “menos processos na produção”.

*Escrito por Marcelo Hermsdorf e editado por Elsa Moura

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