Gastos de pais de crianças com cancro aumentam em 650€ por mês

O diagnóstico de cancro numa criança representa um aumento de gastos familiares superiores a 650 euros por mês, mas pode ir aos 850, indica um estudo divulgado esta segunda-feira, pela Acreditar – associação de Pais e de Amigos de Crianças com Cancro.
A Acreditar explica que o inquérito se destinou a identificar as dificuldades das famílias, tendo os resultados apontado “para a necessidade de mudanças que visem uma maior qualidade de vida para doentes, cuidadores e sobreviventes”.
“A média mensal, entre mais gastos e menos rendimento, é de 654,45 euros. São mais 21% do que em 2017, ano em que a Acreditar fez um inquérito idêntico a nível nacional”, pode ler-se no comunicado. No caso dos trabalhadores por conta própria, o valor chega aos 844 euros.
Segundo o documento, o que mais contribui para o aumento da despesa é o transporte, com 67% das famílias a optar por usar automóvel, uma vez que o sistema imunitário do doente fica, frequentemente, fragilizado.
“A perda de rendimento deve-se, sobretudo, ao facto de o subsídio de acompanhamento a filho com doença oncológica ser pago apenas a 65% ou, em alguns casos, à necessidade de um dos pais ficar desempregado para poder acompanhar o filho doente, ou de o desemprego lhe ser imposto”, nota a associação.
Os cuidadores também se queixam da falta de recursos humanos e materiais, e da falta de investimento global do país em novos tratamentos de maior precisão, direcionados para a especificidade do tumor dos filhos (o cancro pediátrico engloba 12 tipos e mais de 100 subtipos).
A sensibilização para o cancro infantil é, este mês, promovida em todo o mundo. Só na Europa registam-se cerca de 35 mil novos casos em cada ano, seis mil deles fatais. Do meio milhão de sobreviventes na Europa, a maioria lida com efeitos adversos que constrangem a qualidade de vida.
c/Lusa
