Riopele voltou aos lucros em 2022 com vendas a somarem 40% 

Num ano catalogado como “histórico”, a gigante têxtil Riopele registou um crescimento homólogo superior 40%, com as vendas a totalizarem 92,6 milhões de euros, e regressou aos resultados líquidos positivos, de cerca de 1,2 milhões de euros.

Fundada em 1927, esta que é uma das mais antigas empresas têxteis europeias, especializada na criação e no fabrico de tecidos para coleções de moda e de vestuário, exportou a quase totalidade da produção, de forma direta ou indireta, para clientes espalhados por 30 países. Garantindo, por outro lado, que “foi possível” manter o caminho da redução do endividamento.

“A performance ao longo do ano foi bastante assimétrica, uma vez que as margens até ao terceiro trimestre, inclusive, estiveram sobre bastante pressão, verificando-se uma recuperação no último trimestre do ano, onde a atualização dos preços de venda se faz sentir com maior expressão”, diagnostica o presidente, José Alexandre Oliveira.

Em comunicado, o grupo de Vila Nova de Famalicão, que emprega mais de mil pessoas, destaca ainda a manutenção dos níveis de tesouraria “equilibrados” durante o último exercício, apontando como “decisivos” os apoios disponibilizados pelo Estado, em particular através do programa dirigido às indústrias intensivas em gás e a redução das tarifas de acesso às redes.

Foi também no ano passado que houve um regresso em força às principais feiras internacionais do setor têxtil, com destaque para a participação em eventos para profissionais em Londres, Paris, Milão, Munique e Tóquio. “Pressente-se já um ambiente de retoma de negócios”, acrescenta José Alexandre Oliveira.

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Recorde-se que depois de quase um século de atividade no desenvolvimento de tecidos e vestuário para o setor da moda, a Riopele decidiu diversificar o negócio para o segmento dos têxteis técnicos e, nessa fileira, investir em áreas complementares, como a da mobilidade. E após colaborar com “algumas empresas europeias de referência”, assumiu em fevereiro que quer estar “pronta para o novo TGV”.

Esta nova aposta beneficia do plano de investimentos de 35 milhões de euros, realizado durante a última década e focado sobretudo nas áreas da digitalização e da sustentabilidade, para ter “a fábrica mais moderna da Europa”. Entre outros, envolveu o reforço de competências internas, a otimização de processos e tecnologia de ponta – com automação e eficiência dos novos equipamentos, criação de uma plataforma digital, monitorização do chão de fábrica e implementação de um sistema de visão artificial nos teares.

Recentemente, a Riopele anunciou que quer ser até 2027 uma das primeiras empresas do setor têxtil a nível europeu “operacionalmente neutra em carbono”. Um dos investimentos a fazer, na ordem dos quatro milhões de euros, é na construção de uma central de biomassa. Além disso, aponta ao aumento da percentagem de recuperação e tratamento das águas do processo produtivo para 60% e à redução da produção de resíduos têxteis em 20%.

ECO

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