Bruxelas arrasa OE: prevê menos crescimento, mais inflação e mais défice em 2023 

Para o próximo ano, Bruxelas estima que a economia trave a fundo (crescendo apenas 0,7%) e que a inflação abrande, mas que se mantenha ainda bastante elevada (5,8%). E antecipa um défice de 1,1% em 2023.  

Depois de analisar o esboço orçamental português, a Comissão Europeia mostra-se mais pessimista do que o Ministério das Finanças: espera menos crescimento, mais inflação (perto dos 6%) e mais défice do que o Governo para 2023.

Segundo as previsões de outono divulgadas nesta sexta-feira, 11 de novembro, Bruxelas estima que a economia portuguesa cresça 6,6% este ano, mas que depois trave a fundo no próximo, avançando apenas 0,7%. Na proposta de Orçamento de Estado (OE) para 2023, que está ainda a ser discutida no Parlamento, Fernando Medina põe as fichas num crescimento de 6,5% este ano (entretanto já admitiu que pode ser de 6,7%). E embora admita um abrandamento em 2023, é de dimensão significativamente menor do que o apontado agora por Bruxelas: Medina prevê que o PIB cresça 1,3% nesse ano, já a Comissão aponta para um travão de quase o dobro.

Ainda assim, a estimativa de Bruxelas coloca a economia portuguesa a crescer mais do que a Zona Euro e a União Europeia não só este ano, como no próximo. Para 2023, a Comissão Europeia aponta para uma quase estagnação, com a economia a crescer apenas 0,3%, tanto nos 27, como nos países da moeda única.

Além disso, a Comissão mostra-se mais pessimista também para a inflação, colocando a subida de preços em níveis ainda muito elevados em 2023, e perto dos que prevê também para a Zona Euro. Bruxelas antecipa que, no conjunto deste ano, o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) atinja os 8% em Portugal, acima dos 7,4% antecipados pelo Governo português.

A subida dos preços deve abrandar, mas menos do que o esperado pelo Governo. Na proposta de OE 2023, o ministro das Finanças aponta para uma subida de apenas 4% no próximo ano, mas as contas dos técnicos da Comissão põem os preços a subir 5,8%, uma diferença expressiva, de 1,8 pontos percentuais, face ao antecipado. A inflação esperada para Portugal é ligeiramente inferior à esperada para a Zona Euro (de 8,5% em 2022 e de 6,1% em 2023).

Por outro lado, a Comissão Europeia espera um maior défice do que o esperado pelo Governo para o próximo ano, mas com uma diferença inferior. Para 2023, Fernando Medina estima um défice de 0,9% do PIB, a Comissão antecipa que seja 0,2 pontos percentuais superior, ficando nos 1,1%. Para este ano, Bruxelas e o Governo português coincidem.

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