ONU reconhece projeto da UMinho para a Década do Oceano

Um projeto da Universidade do Minho foi reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) como um contributo para os desafios da Década do Oceano. O trabalho designado ‘DNA-based approaches for fisheries monitoring’, liderado por Filipe Costa, investigador do Centro de Biologia Molecular e Ambiental (CBMA) e professor da Escola de Ciências, consiste no uso do ADN para monitorizar recursos pesqueiros no Atlântico.

O projeto monitoriza ovos e larvas de peixe (ictioplâncton) no Atlântico, algo importante para sinalizar épocas e locais de desova, além de inferir a abundância de desovantes e o recrutamento de novos espécimes. Nesse sentido, os cientistas vão testar o método ‘DNA metabarcoding’, que consiste na utilização de códigos de barras de ADN (em analogia aos códigos de barras dos produtos comerciais) e que define para cada espécie uma sequência de bases do ADN que a diagnosticam.

Assim, de acordo com a investigação, identificar espécies de peixes em amostras de ictioplâncton poderá vir a ser mais rápido e rigoroso, permitindo uma maior frequência temporal e espacial na análise, além de dados abundantes e relevantes na gestão de stocks pesqueiros.

Esta ação envolve dois subprojetos coordenados pela CBMA. Um deles é o ‘A-Fish-DNA-Scan’, em parceria com as universidades do Algarve, Coimbra, Estadual de São Paulo (Brasil) e Técnica do Atlântico (Cabo Verde), além do Instituto Português do Mar e da Atmosfera e, ainda, do Instituto do Mar de Cabo Verde. Conta com um financiamento de 300 mil euros da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), no âmbito da iniciativa intergovernamental Atlantic Interactions e do V Centenário da Viagem de Circum-Navegação de Magalhães.

Acresce o projeto ‘Fish-DNA-Monitor’, financiado pela Aga Khan Development Network e pela FCT, que tem como parceiro o Centro de Investigação Pesqueira Aplicada da Guiné-Bissau.

Globalmente, esta iniciativa do CBMA está integrada no Ocean Biomolecular Observing Network (OBON), um dos programas da Década do Oceano que tem por objetivo monitorizar, investigar e compreender a vida oceânica recorrendo à análise de biomoléculas. Trata-se de um dos 287 projetos de todo o mundo agora endossados pela ONU, que desafia assim a ciência a reverter a degradação do ecossistema marinho e a alicerçar a Agenda 2030.

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Redação
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