AMI apoiou quase sete mil pessoas carenciadas no primeiro semestre deste ano

Distribuição de géneros alimentares é o apoio mais procurado.

Quase sete mil pessoas em situação de pobreza foram apoiadas pela AMI no primeiro semestre deste ano, mais 26,5% em relação ao período homólogo de 2021, sendo o serviço de distribuição de géneros alimentares o mais procurado.

Em comunicado, a AMI – Assistência Médica Internacional adianta que os seus serviços sociais apoiaram 6.869 pessoas, mais 26,5% em relação ao período homólogo do ano passado, e 55% dos pedidos feitos ao Programa Operacional de Apoio às Pessoas Mais Carenciadas (POAPMC) estão relacionados com ajuda alimentar.

“Esta percentagem [55%] traduz-se num total de 79.773 refeições servidas nos refeitórios dos Centros Porta Amiga, sendo um dos serviços mais utilizados no primeiro semestre de 2022”, indica a instituição.

A maior parte das pessoas apoiadas pelos equipamentos sociais da AMI, 51% mulheres e 49% homens, está em idade ativa, tem entre os 16 e os 65 anos (69%), seguindo-se o grupo de menores de 16 anos que corresponde a 22% e os maiores de 65 anos, que representam 8%.

A AMI adianta também que entre a população que recorreu aos serviços sociais, 42,6% não exerce qualquer atividade profissional no grupo com mais de 16 anos.

“A maioria parte da população tem apenas recursos económicos provenientes de apoios sociais, como o Rendimento Social de Inserção (17%), pensões e reformas (10%) e subsídios e apoios institucionais (6%)”, segundo dados da instituição.

De acordo com a AMI, apenas 10% tem rendimentos de trabalho, mas que se revela precário e insuficiente, motivo pelo qual mantêm a necessidade de recorrer aos apoios sociais, financeiros, alimentares, vestuário, equipamentos domésticos e/ou material escolar.

A AMI diz também ter registado no primeiro semestre deste ano 945 pessoas em situação sem-abrigo em Lisboa, Porto e Gaia, que correspondem a mais 16,5% em relação ao mesmo período de 2021. Nesta população, 177 são novos casos.

Os locais de pernoita mais frequentes são a rua ou espaço público (16%); alojamento específico para pessoas em situação de sem-abrigo, como abrigos temporários ou de emergência (13%); pensão/quarto (13%).

A casa de familiares ou amigos representa 9% dos locais de pernoita, segundo a AMI.

O presidente da AMI, Fernando Nobre, citado na nota, aponta esta situação como “consequência de uma grande depressão económica e social” e o início de “um cenário muito negro causado pela inflação”.

O fundador da AMI salienta que “a inflação atual e probabilidade de ainda subir mais significa um aumento do custo de vida em todos os setores”.

“E, se este aumento continuar a registar-se, as famílias que ainda estavam na classe média baixa, mas ainda não estavam na pobreza, estão a ter de fazer opções, com o inverno à porta, entre pagar renda, comprar medicamentos, aquecer-se, comer”, destacou.

De acordo com Fernando Nobre, a ajuda do POAPMC “não será suficiente”

“Aliás, só no distrito do Porto cerca de 175 pessoas estão em lista de espera para receber apoio alimentar ao abrigo do POAPMC”, alertou.

c/Lusa

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